Ações do Banco do Brasil (BBAS3) devem disparar 37%, projeta BofA
Em análise sobre o Banco do Brasil (BBAS3), analistas do Bank of America (BofA) reiteraram otimismo e recomendaram compra dos papéis. O preço-alvo da casa é de R$ 65, implicando em uma alta de cerca de 37% considerando o preço de fechamento desta terça-feira (19).
A recomendação é de compra mesmo que as ações do Banco do Brasil somem alta de 43% no acumulado de 2023. Os analistas ainda consideram o valuation atual, de 0,8x o múltiplo de preço sobre valor patrimonial, “atraente numa base absoluta e relativa, especialmente considerando a sólida dinâmica de lucros”.
Os analistas destacaram que diálogos recentes com executivos do BB mostraram otimismo com o cenário macroeconômico, com inflação controlada.
Cotação BBAS3
“No geral, saímos mais positivos em relação às tendências operacionais do BBAS3, reforçados pelo compromisso da gestão em fornecer orientação para 2023 e pelo seu desejo de manter relacionamentos duradouros com os seus clientes, ao mesmo tempo que cresce a um nível sustentável”, diz o BofA.
“Por outro lado, continuamos preocupados com a frente regulatória, especialmente com a proposta de fim do benefício fiscal de juros sobre o capital (JCP) e do teto da taxa de juros sobre empréstimos rotativos de cartão de crédito”, completa.
Os executivos do BB destacaram que enxergam que o crédito não produtivo (as NPLs) deve estabilizar, mas os encargos com provisões devem continuar a subir até o final do ano, dada a piora da classificação contábil dos indivíduos, de acordo com a regra 2.682 do Banco Central.
“Além disso, o guidance de despesas de provisionamento da administração (R$ 23-27 bilhões) já considera um aumento na cobertura de reservas da Americanas de 70% para 100% (cerca de R$ 540 milhões em provisões extras no 2S23)”, observa o BofA.
Impacto do fim do JCP no Banco do Brasil
Sobre o fim do JCP, recentemente em discussão no Congresso, os analistas do BofA destacaram que haveria um aumento da taxa efetiva de imposto que recai sobre o banco em 10 pontos percentuais (p.p.) no ano de 2024.
“No entanto, uma decisão final do Congresso poderia considerar alguns benefícios para os bancos que reduziriam a gravidade do impacto, especialmente porque o objetivo da reforma fiscal é simplificar o sistema fiscal e não aumentar os impostos para as empresas”, destacam os especialistas.
“As discussões sobre a implementação de um limite máximo para as taxas de juro sobre os saldos rotativos dos cartões de crédito continuam em curso, embora o banco pareça ser menos vulnerável do que alguns dos seus pares”, completa a casa sobre o Banco do Brasil.