Ações da B3 devem apresentar crescimento com privatizações, diz Credit Suisse
Os papéis da B3 (B3SA3) devem ter espaço para crescimento conforme o volume em renda variável aumente. A informação foi divulgada pelo Credit Suisse em um relatório enviado a seus clientes nesta segunda-feira (26).
Daniel Sonder, diretor financeiro da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, esteve com os analistas do banco, onde pôde apresentar as perspectivas da Bolsa.
“A administração é muito otimista sobre as perspectivas dos volumes de ações e vê uma mudança estrutural no mercado local, com uma mudança significativa de renda fixa em ações, maior participação de fundos de investimento e pessoas físicas. Destacando um estudo da Anbima, há uma oportunidade para a alocação em ações da indústria local de gestores de ativos local dobrar de 8 a 10% para 20%” apontaram os analistas.
B3 aguarda privatizações
As ofertas secundárias (follow on) das participações do do governo em empresas estatais e privadas, as ofertas primárias (IPO), principalmente no setor de infraestrutura, representam bons indicadores de que o volume médio negociado no curto prazo e no longo prazo pode ser elevado.
O potencial de desinvestimento de empresas de private equity também é um indício de que a preferência passará a ser pela renda variável.
“Pensando em uma tendência de longo prazo, o free float (parte das empresas negociadas em Bolsa) para o valor de mercado ainda é baixo no Brasil em relação aos padrões internacionais. Há espaço para redução nas participações de controle das empresas brasileiras e, cada vez mais, os acionistas controladores estão aceitando a ideia de controlar suas empresas com participação de 30% a 40% em vez de acima de 50%”, salientou o relatório do banco.
O Credit Suisse mantém a recomendação “outperform” para as ações da B3, com um preço alvo de R$ 48,00.
Outperform é um conceito no mercado financeiro para indicar que determinada ação tem potencial para desempenho superior ao de um índice de referência ou do mercado em geral.
Resultados da companhia
A B3 registrou um lucro líquido de R$ 654,8 milhões no segundo trimestre de 2019.
Embora o lucro obtido pela B3 entra abril e junho tenha apresentado uma queda de de 9,7% na comparação anual, a Bolsa de Valores de São Paulo elevou sua receita líquida em 13,6% em comparação ao mesmo período do ano passado. O montante foi de R$ 1,42 bilhão.
Saiba mais: B3 registra lucro líquido de R$ 654,8 milhões no 2T19
Segundo o CEO da companhia, Gilson Finkelsztain, o aumento do volume negociado e da oferta de ações contribuíram para o aumento da receita. “A redução na taxa de juros continua impulsionando o merco de capitais brasileiro, como evidenciado pelo aumento do volume negociado de ofertas de ações“, afirmou Finkelsztain.
Nesta terça-feira (27), por volta das 12h15, as ações ordinárias da B3 apresentam alta de +2,72%, sendo negociadas a R$ 43,45. Nos últimos 12 meses, a alta é de +105,34%.