Aço salta 16% em maio e 130% em 12 meses; siderúrgicas se beneficiam

O preço do aço brasileiro deu continuidade ao movimento de alta na primeira semana de maio, com a bobina laminada a quente produzida no Brasil, indicador-referência para aços planos, saltando 16,2% e sendo comercializada a R$ 6.855 a tonelada, sem impostos, na última sexta-feira (7), de acordo com dados da S&P Global Platts.

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O produto, usado pelos setores automotivo, construção e diversas indústrias, acumula valorização em 2021 de 46% e de 130% nos últimos 12 meses.

Com o aço em dispara, as ações das companhias de siderurgia na Bolsa brasileira arrancaram. No acumulado anual até o último dia 7, os papéis de Gerdau (GGBR4) tiveram alta de 49,36%. E a empresa não está sozinha. Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3) subiram 59,37% e 61,14%. Enquanto isso, a Ferbasa (FESA4) viu os ativos mais que dobrarem, em um salto de 122,34%.

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“Além do custo elevado, questões como tempo de entrega e volumes disponíveis por região têm acirrado as negociações e a concorrência, ampliando a diferença de preços por usina em mais de 20%, segundo fontes do setor”, afirma Adriana Carvalho, editora-chefe da América Latina – Metais da S&P Global Platts.

Para a empresa, quanto ao vergalhão de aço, principal insumo do setor de construção civil, não é certo se um nova aumento vai emplacar em maio. Até março, mais de 70 mil toneladas de vergalhão chegaram aos portos brasileiros, número muito superior aos registrados nos anos anteriores. O preço do ativo já foi reajustado em 13,5% neste ano e mais de 100% nos últimos doze meses.

Oferta de aço e demanda pelo produto

A demanda aparente por aço no Brasil superou a produção de mais de 350 mil toneladas em março, o maior diferencial da série histórica do monitoramento realizado pelo instituto Aço Brasil.

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A produção de aços laminados alcançou a marca de 2,09 milhões de toneladas no mês, ante um consumo de 2,44 milhões de toneladas.

O descompasso teve início em junho do ano passado, quando da retomada das atividades do comércio e indústrias pós-pandemia, com apenas dois momentos de leve inflexão — em outubro e dezembro.

Além disso, na leitura de Adriana Carvalho, ainda que usinas siderúrgicas brasileiras tenham revelado planos de restabelecer projetos de expansão engavetados há anos e estejam operando no máximo de suas capacidades, “o tempo que levará para que esses volumes adicionais estejam no mercado não será breve o bastante para reverter o cenário de preços recordes [do aço] e oferta escassa que se estabeleceu em 2021″

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Arthur Guimarães

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