As ações da Natura (NATU3) despencaram desde a abertura até o fechamento na B3 (Brasil, Bolca, Balcão). Com retração de 8,54%, a cotação dos papeis encerraram a R$ 56,25.
No pregão anterior, a Natura encerrou como liderança no Ibovespa, e registrou marca história na Bolsa de Valores. A alta do dia havia sido de 9,43%, com as ações cotadas a R$ 61,50.
A compra de fatia das operações norte-americanas da Avon foi anunciada na última quarta-feira (22).
Na data, a empresa divulgou em fato relevante que as sinergias da aquisição da Avon deveriam ficar entre US$ 150 milhões e US$ 250 milhões anuais.
Tais sinergias seriam “parcialmente reinvestidas para aumentar ainda mais sua presença nos canais digitais e mídias sociais, em pesquisa e desenvolvimento, iniciativas de marca e expansão da presença geográfica do grupo”.
Contudo, durante teleconferência com nesta quinta-feira, o presidente do Conselho de Administração da Natura, Roberto Marques, informou que as sinergias deveriam girar em torno de US$ 125 milhões no Brasil e na América Latina. O valor desta data era menor que aquele divulgado na véspera.
De acordo com relatório “Radar do mercado” do economista da Suno Research, Tiago Reis, a companhia brasileira de cosméticos vem vivenciando “momentos de forte alta, grandes movimentações, próximos a máximas históricas e com múltiplos muito elevados […] Além disso, nestes momentos acontecem muitas atividades especulativas em torno do papel [da Natura]”.
Suno Research – Radar do mercado: Natura (NATU3) comunica compra do controle da Avon
O que dizem os bancos sobre a aquisição da Avon pela Natura
De acordo com o “Valor Econômico”, o Itaú BBA aposta que haverão sinergias maiores do que o intervalo divulgado. Isto, pois, com a conclusão da compra da Avon em 2020, haveriam benefícios fiscais e possível transição de residência fiscal. Afinal, a geração financeira seria mais elevada.
Por sua vez, o Bradesco BBI acredita que a alta recente que as ações da Natura tiveram podem já ter atingido o pico. Além disso, o banco não acredita que haveriam ganhos para os acionistas mesmo que as sinergias fossem de US$ 300 milhões.
Por fim, o BTG Pactual concluiu que os benefícios para os acionistas da Natura apenas seriam concretizados caso a empresa tivesse sinergias superiores a US$ 520 milhões.