O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) publicou um estudo que aponta a importância da abertura comercial para o crescimento econômico dos países.
Conforme publicado pelo Ipea, o protecionismo só deve ser utilizado no início do processo de crescimento econômico. Portanto, o Brasil é necessária a abertura comercial no Brasil para estimular a competição, os ganhos de eficiência e reduzir os custos.
“Não faz sentido proteger um setor que é ineficiente e caro, quando há possibilidade de importar. A abertura é imperativa para ganho de produtividade e eficiência na indústria”, explicou o coordenador de Estudos em Relações Econômicas Internacionais do Ipea, Fernando José Ribeiro, em entrevista à “Agência Brasil”.
Para Ribeiro, a indústria só voltará a contribuir de forma significativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) com a abertura econômica. Segundo ele, se o País não abrir o mercado, a indústria será ineficiente e os produtos custarão caro.
O economista ressaltou ainda que a participação da indústria no PIB era de 23% em 1993. Em 1980, era mais de 30%. No entanto, atualmente é de apenas 11,3%. Assim, o índice indica que a produção industrial do Brasil não cresceu.
Mercosul e UE
O acordo entre o Mercosul e a União Europeia, anunciado no último mês, foi mencionado pelo coordenador do Ipea como extremamente importante para o País.
Saiba mais: Acordo do Mercosul com UE pode aumentar PIB do Brasil em US$ 125 bi
Após divulgar a aliança entre os blocos, o Ministério da Economia informou o acordo pode representar um aumento do PIB nacional de até US$ 125 bilhões em 15 anos. Além disso, o ministério divulgou que os investimentos no Brasil podem chegar a US$ 113 bilhões até 2035 com o acordo.
Fernando José Ribeiro citou alguns fatores que contribuíram para a aliança entre os blocos. Segundo ele, os governos liberais de Jair Bolsonaro, no Brasil, e de Mauricio Macri, na Argentina, favoreceram o acordo.
“O interesse da União Europeia em mostrar apoio ao comércio mais aberto em contraposição à posição mais protecionista dos Estados Unidos favoreceram que as partes aceitassem rever resistências históricas”, afirmou o economista do Ipea.