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ABC Brasil (ABCB4) colhe resultados positivos no 2T22 com expansão de clientes

O Banco ABC (ABCB4) apresentou, na manhã desta sexta-feira (6), seu resultado referente ao segundo trimestre deste ano.

Banco ABC Brasil (ABCB4). Foto: Reprodução Facebook

O Banco ABC Brasil (ABCB4) encerrou o segundo trimestre de 2022 (2T22) com lucro líquido de R$ 201,7 milhões, alta de 47,9% sobre o 2T21. De acordo com o release do banco, foi a primeira vez que a empresa superou a marca de R$ 200 milhões em um só trimestre.

O número é decorrente de um recorde na área de investment banking do ABC Brasil.

“No 2T22 o banco de investimentos teve o melhor trimestre de sua história, atingindo uma receita de R$ 44,1 milhões, impulsionado não somente por uma forte receita em Debt Capital Markets (DCM), mas também por um forte trimestre em M&A, com o anúncio/conclusão de diversas transações relevantes”, de acordo com o balanço do ABC Brasil.

Ricardo Moura, diretor de relações com investidores do ABC Brasil, disse em entrevista ao Suno Notícias que os resultados positivos vieram com uma estratégia implementada pelo banco. Parte dela foi obtida com diversificação do mix de clientes, especialmente no segmento middle.

Outro ponto que contribuiu para a melhora operacional foi expansão de portfólio de produtos. “A gente vem sendo muito mais ativo em derivativos, cash management e câmbio, que não eram produtos tradicionais do banco”, afirmou Ricardo. “Esses novos produtos vão ajudando o banco a diversificar sua fonte de receita e reduzir sua base de custos fixos.”

A Margem com Clientes do ABC Brasil cresceu 5,8% no segundo trimestre de 2022, em relação ao trimestre anterior. Em relação ao mesmo período do ano passado, esse crescimento foi de 25,6%, atingindo um Spread com Clientes de 4,4% no período, motivado pelo:

De acordo com o ABC Brasil, esse foi o 12º trimestre de expansão consecutiva dessa margem.

O diretor de RI também ressalta que o banco está explorando melhor canais e distribuição de produtos de terceiros no balcão da empresa, e começou a distribuir seus produtos, como a corretora de seguros. Ou seja, uma troca mútua colaborou para ampliar a base de clientes.

“Essas estratégias, num primeiro momento, exigem um investimento pesado de contratação de pessoas, estrutura e tecnologia, mas, ao longo do tempo, em tese, há aumento na receita”, explicou. Ricardo aponta que já é possível ver os resultados na própria margem de clientes e uma qualidade de carteira de crédito bastante saudável.

Em relação à Carteira de Crédito Expandida do ABC Brasil, o montante total foi de R$ 39,97 bilhões, com crescimento de 6,4% no trimestre e alta de 13,6% nos últimos 12 meses, “com destaque para o crescimento do segmento Middle com uma expansão de 12,8% no trimestre e de 34,1% nos últimos 12 meses, correspondente a 8,1% da Carteira de Crédito Expandida”, conforme o release.

O crescimento anual do segmento Corporate teve expansão de 20,7% nos últimos 12 meses e representou 56,7% da Carteira de Crédito Expandida.

“Os índices de qualidade de carteira estão sob controle, apesar de um momento macroeconômico com menor visibilidade”, lembrou Ricardo. “Estamos com a inflação alta, um cavalo de pau na taxa de juros que saí de 2% para quase 14% não é pouca coisa. Tudo isso faz com que, mesmo nesse ambiente, a gente consegue dar continuidade a essa estratégia. Isso também inclui abertura do banco em novas cidades.”

O ABC Brasil expandiu geograficamente de forma significativa nesses últimos 12 meses. Tem agora presença em 48 cidades, ante 40 contempladas antes do segundo trimestre deste ano. No segundo trimestre de 2021 o ABC estava em 35 municípios.

“Esse foi o maior crescimento de clientes em um único trimestre – em linha com nossa estratégia de crescimento, liderada não só pelo segmento Middle, mas também pelo Corporate”, diz o banco.

O BB-BI diz, em relatório, que em meio a um trimestre desafiador o ABC Brasil “conseguiu dar continuidade ao amadurecimento das iniciativas estruturantes recentemente implantadas, com desenvoltura suficiente para operar com índice de eficiência predominantemente estável, apesar das aceleradas despesas envolvidas na expansão, que incluem despesas de pessoal 38,5% e administrativas 48,5% maiores no comparativo anual.”

Os analistas acreditam que, mesmo com a forte concorrência no mercado bancário, o ABC Brasil encontra espaço e confiança para expansão de força comercial. “O que lhe rendeu neste 2T22 o maior acréscimo de clientes para um único trimestre de sua história”, ressalta o relatório.

Comparação com o 1T22

No trimestre imediatamente anterior, o ABC Brasil viu resultados bons, mas ainda abaixo do ideal. “Foi um bom trimestre, embora ainda aquém da ambição. Prova que estamos no caminho correto”, disse o diretor de RI, naquele período.

Ricardo lembra que a linha de serviços foi mais suave no 1T22, o que é padrão para o indicador e para o trimestre. Ele também acredita que a margem com o mercado não teve tanta contribuição no resultado final — veio abaixo da média histórica do banco, mesmo com seu crescimento no período atual.

Há uma sazonalidade no primeiro trimestre que é normal, em todos os anos. “Economicamente falando, você tem férias, várias empresas param. Então o primeiro trimestre tende a ter uma menor demanda por crédito. Há empresas que acabam tomando crédito na virada do ano, em prazos mais curtos. Então, historicamente o crescimento de carteira do primeiro trimestre é menor”, explicou. Portanto, é fácil apontar o aumento de um trimestre para o outro.

“O corporate foi muito forte, sendo o principal segmento de clientes hoje. Então, a carteira está num crescimento próximo ao target do ano”, afirmou Ricardo, pontuando aproximadamente entre 12% a 13% anual.

Outra diferença importante foi a receita de serviços do ABC Brasil, liderada pela área de banco de investimentos. A receita de serviços fez de R$ 105 milhões no trimestre, elevação de 45,1% ante o 2T21 e alta de 68,7% sobre o 1T22, considerado um movimento positivo importante. A área do banco de investimento foi 44% da fatia total, conforme Ricardo Moura.

Outros indicadores do balanço do ABC Brasil

O Retorno Anualizado sobre o Patrimônio Líquido (ROAE) no trimestre foi de 16,6%, representando um crescimento de 110 pontos base em relação ao trimestre anterior e de 430 pontos base em relação ao mesmo período do ano.

O ABC destaca que este foi o oitavo trimestre consecutivo de expansão.

“As Operações com Atraso Acima de 90 Dias como percentual da Carteira de Crédito encerraram o trimestre em 0,4% e os Empréstimos Classificados entre D-H atingiram 3,3%, ambos índices abaixo da média histórica”, destaca o ABC Brasil, em release.

O Índice de Cobertura do banco atingiu 619% ao fim de junho o que, segundo a gestão, é “resultado da queda do volume de atrasos e do reforço da Provisão do segmento middle”.

A companhia também encerrou o trimestre com e 3.988 clientes corporativos, um crescimento de 547 clientes ante o trimestre anterior.

Cotação

As ações do ABC Brasil fecharam em alta de 3,30%, a R$ 18,17.

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