O que deve movimentar a semana no Brasil
O próximo governo do Brasil
Mesmo com o fim das eleições que culminaram com a nomeação de Jair Bolsonaro como presidente do Brasil a partir de 1º de janeiro de 2019, o cenário político Brasileiro continua tendo forte influência nos mercados.
Isso se deve principalmente a dois fatores.
O primeiro deles é que Bolsonaro já começou a nomear seus próximos ministros e indicar mudanças nos ministérios do governo.
Tais nomeações por sua vez, indicam como deve ser, de modo geral, o próximo governo, apontando mais ou menos alinhamento com a economia, e por sua vez, repercutindo no mercado como um todo.
Além disso, o atual presidente Michel Temer, indicou que está disposto a aprovar a reforma da previdência ainda esse ano caso seja do interesse de Bolsonaro.
Reforma da previdência ainda em 2018
A reforma é fundamental para a sustentabilidade das contas públicas do Brasil no futuro e a sinalização do interesse em sua aprovação nesse momento é positiva para Bolsonaro por dois fatores: o primeiro é a reafirmação do seu compromisso com o controle fiscal do país. O segundo é o fato de que uma aprovação agora, antes da sua posse, seria menos custosa em termos de capital político, deixando o presidente eleito com maior margem de manobra para outros temas de alta relevância após sua posse.
Influência do mercado externo
Por fim, outro fator que deve ser acompanhado pelos investidores de modo geral é o comportamento do mercado externo.
Nas últimas semanas o Brasil seguiu uma tendência contrária aos principais índices e mercados do mundo. Enquanto esses apresentavam tendência de queda, o Brasil seguiu em alta, em grande parte motivada pelo cenário político.
Isso voltou a acontecer na última sexta-feira (2), que apesar de ter sido um dia sem negociações na B3 devido ao feriado, foi um dia onde no exterior os índices do mercado brasileiro apresentaram alta, enquanto os principais índices globais caiam.
Nesse sentido, é interessante notar que a posição vendida (short) dos investidores estrangeiros nos índices ligados ao Brasil está nos seus níveis mais altos em um bom tempo.
O que deve movimentar o cenário internacional
Eleições midterm americanas se aproximam
No cenário externo vemos alguns grandes eventos se aproximando.
Um deles são as eleições Midterm americanas, onde a indecisão do eleitorado ainda não indica uma margem segura de vitória e crescimento no legislativo para nenhum dos grandes partidos.
Essa incerteza sobre o “grande vencedor” por sua vez, é transferida para Trump, visto que um crescimento dos democratas pode significar uma elevada chance da entrada de um pedido de impeachment contra o atual presidente.
Indicadores econômicos fortes, elevam expectativa de juros americanos
No lado positivo da economia americana, vemos um crescimento do salário médio do trabalhador.
O “US Wage” teve um crescimento superior a 3% quando comparado com o ano anterior, um dos maiores níveis desde 2009.
A expectativas agora fica com o FED (Federal Reserve System), visto que o desemprego baixo, alinhado com o aumento nos salários pode dar força para uma elevação da taxa de juros como uma forma de conter a inflação.
Incertezas sobre a China deixam investidores apreensivos
Por fim, vemos na China alguns sinais de desaceleração econômica.
Em parte, essa desaceleração pode ser creditada às sanções americanas, mas também ao fato de que os últimos pacotes de estímulos econômicos feitos pelo governo já começam a perder força.
Com isso investidores estão na expectativa de uma nova onda de programas do governo para incentivar o crescimento industrial.
Porém, a situação não é tão simples visto que a depender dos estímulos na área fiscal os mesmos podem ser vistos como um aumento de risco pelo mercado, em meio às incertezas fiscais que pairam sobre a capacidade do país em manter o seu crescimento baseado nas políticas usadas no passado recente.