O que deve movimentar a semana no Brasil
Recesso parlamentar mina chances de reformas ainda em 2018
No cenário nacional a aproximação do recesso parlamentar vai tornando cada vez mais inviável a possibilidade de aprovações de reformas relevantes para a economia ainda esse ano, deixando assim o cenário político concentrado na formação do time de transição para o novo governo em 2019.
Anunciado futuro presidente do BC
Na semana passada foi anunciado que Roberto Campos Neto será o novo presidente do BC e assumirá o cargo durante o governo Bolsonaro.
Apesar da expectativa existente pela manutenção de Ilan Goldfajn no cargo, a nomeação de Roberto Campos é bem vista o que é positivo para o mercado.
Presidente do BC no governo Bolsonaro é anunciado – Saiba mais
Importantes dados econômicos serão liberados
Na sexta-feira também teremos a liberação dos dados de inflação mensal (IPC), e emprego (CAGED).
Enquanto no caso da inflação mensal a relevância a menos que haja uma grande surpresa em relação ao consenso é baixa, uma vez que pode ser influenciado por fatores não diretamente ligados a fundamentos econômicos significativos no longo prazo, o índice de empregos é de alta relevância, pois é um forte indicador do cenário econômico.
Um índice em tendência de alta demonstra recuperação econômica e crescimento, enquanto que uma queda ou resultados abaixo da expectativa pode significar um cenário mais desafiador do que o esperado para a economia do país.
Semana mais curta
Por fim, vale lembrar que o feriado do Dia da Consciência Negra torna a semana da Bolsa mais curta (mercado fechado na terça-feira).
O que deve movimentar o mundo essa semana
Guerra comercial entre EUA e CHINA continua
Em nossa visão global da semana os principais destaques ficam com os Estados Unidos e a China.
A começar pelos possíveis desenvolvimentos da guerra tarifária entre os dois países que podem se desenrolar ao longo da próxima semana.
Por um lado o presidente americano Donald Trump disse que pode não impor novas sanções a Pequim após receber uma lista com 142 itens com os quais a China se compromete para reduzir as tensões entre os dois países.
Porém, Trump ressaltou que ainda existem 4 ou 5 itens importantes que foram deixados de fora na lista e que requerem mais conversas, deixando assim o mercado atento a possíveis desdobramentos da situação.
É esperado que Trump se encontre com Xi Jinping (Presidente Chinês) no fim do mês durante o G20 na Argentina, porém as expectativas a respeito da produtividade desse encontro são baixas.
FED indica possível fim da alta dos juros
Ainda sobre os EUA, na semana passada Richard Clarida, vice presidente do FED fez um importante discurso onde apontou que as expectativas de redução do crescimento global, fazem com que uma faixa de juros neutra (que não estimula nem freia a economia) passa a fazer mais sentido, e que essa desaceleração deve afetar os EUA.
“Há indícios de desaceleração global”, diz vice-presidente do Fed – Saiba mais
Considerando que essa faixa no cenário americano se situa em uma taxa entre 2,5 e 3,0 e que a atual taxa de juros está em 2,25 a fala é um indicativo de que possivelmente teremos um novo aumento no curto prazo, mas ao mesmo, indica um fim do ciclo de altas com um teto, permitindo assim que o mercado se ajuste de forma mais suave aos cenários.
Indicadores econômicos são destaques também nos EUA
Nessa semana também serão liberados alguns indicadores diretos e indiretos sobre a economia americana.
Além de diversas varejistas como a Target, Best Buy e Wholesales anunciarem seus resultados trimestrais, dados sobre o mercado imobiliário (Housing) e Bens Duraveis (Durable Goods) serão liberados.
É interessante notar que o mercado está apreensivo com o cenário de Housing nos EUA, que vem sofrendo com o aumento das taxas de Mortagage (financiamento imobiliário) e redução de oferta.