Bradesco (BBDC4): poupança pode compensar fim do coronavoucher e manter consumo

O economista-chefe do Bradesco (BBDC3; BBDC4), Fernando Honorato, considera que a possível queda no consumo em meio ao fim do auxílio emergencial (coronavoucher) no final do ano, poderá ser compensada pela poupança das famílias. O economista participou nessa terça-feira (10) do evento Bradesco Day, promovido pela instituição.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2020/12/a22b3fbd-relatorio-5-amostras-gratuitas-5.png

Durante o evento, o economista-chefe do Bradesco apontou que “haverá uma redução dessa massa no primeiro trimestre de 2021, com o fim do auxílio emergencial. Ainda assim, além do fato de que muitas das políticas continuarão estimulando a economia, como crédito, taxas de juros e a prorrogação de alguns programas, a poupança formada pelas famílias devem compensar o consumo perdido com o auxílio”.

Além disso, Honorato lembrou que o coronavoucher ajudou a sustentar o consumo ao longo deste ano, em meio a pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

Conheça o Suno One, a central gratuita de informações da Suno para quem quer aprender a investir. Acesse clicando aqui.

Vale destacar que o custo total do coronavoucher, levando em consideração a prorrogação até o final do ano, fica em torno de R$ 321,8 bilhões.

Honorato salientou que o acúmulo de depósitos bancários cresceu 33,3% de janeiro até outubro desse ano, quando passou de R$ 2,4 trilhões no primeiro mês do ano, para R$ 3,2 trilhões no décimo.

Nesse sentido, o economista projeta que empresas e famílias usem essa poupança após o término do pagamento do coronavoucher. Assim, compensaria o consumo perdido.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2020/10/62489cba-relatorio-bradesco.png

Frente a isso, ele explica que “por isso, não imaginamos que haja uma grande queda do PIB no primeiro trimestre [de 2021]. Tem, sem dúvida, uma desaceleração da economia ao longo do primeiro semestre do ano que vem, mas nada que produza uma recessão sequer parecida com a que vimos neste ano”.

O economista ainda comentou sobre a recuperação de setores da economia e apontou que “temos visto que a utilização da capacidade instalada na indústria está acima da média história, voltando a níveis de 2014. Isso significa que a indústria precisa acelerar a produção para atender a demanda que tem. Os indicadores mostram grande queda dos estoques na indústria e de atraso no prazo de entrega de fornecedores. Isso tem comunicação com os níveis de inflação“.

Ademais, Honorato lembrou que o setor de comércio reporta estoques nos níveis mais baixos em mais de uma década, enquanto o prazo de entrega se mostra com mais atraso do que durante a greve dos caminhoneiros, que aconteceu em 2018.

Assim, o economista afirmou que “isso conta muito a respeito da continuidade do processo de crescimento. Se tem estoque para ser reposto e atraso para ser atendido, a indústria e comércio precisam seguir produzindo. Isso pode gerar algumas pressões inflacionárias. Imaginamos também que um pedaço desse risco inflacionário vai se concentrar no consumidor”.

Em relação a taxa Selic, Honorato comentou que o Banco Central (BC) deve elevá-la para 3,5% já em 2021.

“Além disso, a dívida vai se aproximar do PIB e exigir um conjunto de ações para que ela seja manejável. Temos condição. É só preciso manter o teto de gastos e uma agenda mínima de reformas. Não precisa nem ser uma agenda super ambiciosa, basta que sejamos capazes de entregar resultados”, disse o economista-chefe.

Última cotação do Bradesco

Por volta das 16h50 a ação do Bradesco, negociada na B3 sob o ticker BBDC4, operava em alta de 6,54% aos R$ 24,44.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/1420x240-Controle-de-Investimentos.png

Laura Moutinho

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno