Magazine Luiza (MGLU3) consolidou estratégia multicanal, diz Trajano
O presidente do Magazine Luiza (MGLU3), Frederico Trajano, disse que o terceiro trimestre deste ano consagrou o modelo de negócios focado em multicanalidade da varejista. A declaração foi dada em teleconferência nesta manhã, sobre o balanço divulgado na última segunda-feira (9).
Após o fechamento do último pregão, o Mazine Luiza apresentou o lucro líquido R$ 216 milhões auferido durante o período de julho e setembro. O resultado equivale a um crescimento de 70% sobre registrado no mesmo intervalo do ano passado.
A companhia registrou o maior crescimento trimestral da história. Entre julho e setembro, as vendas totais atingiram R$ 12,4 bilhões, um avanço de 81,2% na comparação anualizada. O resultado advém de um crescimento de 148,5% no e-commerce total e de 18,3% nas lojas físicas.
“O Magalu conseguiu, nesse trimestre, mostrar o poder do seu modelo, esse modelo que vem sendo refinado e desenvolvido ao longo de duas décadas. Acredito que esse trimestre consagra esse modelo superior multicanal”, disse Trajano, ao comparar o Magalu a uma empresa digital com forte crescimento e rentabilidade.
Embora o comércio eletrônico tenha apresentado forte avanço no trimestre, o CEO ressaltou que o foco da empresa está tanto na parte on-line como físico. “Somos agnósticos em relação a canal. Obviamente temos sido muito bem sucedidos no e-commerce, mas nunca deixamos nossas lojas físicas de lojas. O importante é crescer o todo”.
Magazine Luiza ganhou market share
De acordo com dados da consultoria GFK, a participação de mercado do Magazine Luiza cresceu 5,4% durante o terceiro trimestre, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Trajano fez questão de ressaltar que o ganho de market share não ocorreu somente devido ao coronavoucher, como ficou conhecido o auxílio emergencial em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
“Não podemos atribuir todo o nosso desempenho ao coronavoucher. Ele, sim, está ajudando como um todo, assim como todas as varejistas, mas ele ajuda todo mundo igual”, pontuou o executivo. “Historicamente, sempre ganhamos share em épocas de crise. O Magalu é antifrágil”.
Trajano relembrou que o terceiro trimestre foi ainda melhor que o quarto trimestre de 2019 e o primeiro trimestre deste ano, períodos em que a pandemia ainda não havia chegado no Brasil. “Essa empresa sempre se revigora e cria novas competências nos momentos de crise”, diz.
Programa de trainees
O presidente do Magalu finalizou sua apresentação comentando sobre o programa da empresa para trainees de 2021. O tema foi alvo de polêmica nas redes sociais por conta de ser um programa voltado somente a negros.
A Defensoria Pública da União (DPU) chegou a entrar com uma ação civil pública na Justiça do Trabalho contra o que chamou de “marketing de lacração” da empresa.
O processo, encabeçado pelo advogado Jovino Bento Júnior, cobrava R$ 10 milhões da varejista como uma indenização por danos morais coletivos pela “violação de direitos de milhões de trabalhadores (discriminação por motivos de raça ou cor, inviabilizando o acesso ao mercado de trabalho)”.
Semanas depois, o Ministério Público do Trabalho (MPT) emitiu um parecer em que requeria a extinção ou declaração de total improcedência da ação civil pública ajuizada pela DPU. De acordo com o órgão, não há “direito ou risco de violação de interesse protegido pelo ordenamento constitucional”.
“O foco do programa de trainees é corrigir um problema nosso. Hoje, 54% dos funcionários do Magalu são negros, pretos e pardos, enquanto somente 16% das nossas lideranças são negras”, disse Trajano.
“Eu considero isso um problema interno, que precisa ter mais representatividade em cargos de liderança, e o caminho mais rápido é através do programa de trainees”.
“Estou bastante animado com a qualidade dos profissionais que vamos contrair. Com certeza vão abrilhantar e agregar bastante ao nosso time”, disse o executivo, salientando que a safra de profissionais será “fantástica e altamente qualificada”.
Última cotação
Por volta das 13h10 desta terça-feira, as ações do Magazine Luiza operavam com uma queda de 1,74% na B3, enquanto o Ibovespa subia 1,29%. Nos últimos 12 meses, entretanto, a varejista apresenta uma alta de 139%, enquanto o índice da Bolsa brasileira cai 3%.