Black Friday: Defensoria recomenda que comerciantes substituam o termo

Buscando promover ‘respeito às comunidades afrodescendentes’, a Defensoria Pública do Amazonas assinou um ofício nessa quarta-feira (4)  recomendando que os comerciantes do Estado usem o termo ‘Semana Promocional’ ao invés de ‘Black Friday.

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Os defensores Christiano Pinheiro e Leonardo Aguiar salientam no documento que o termo ‘Black Friday’ tem uma conotação racista, “como se a cor significasse algo com valor diminuído”, segundo a defensoria.

“A palavra preto (black), independentemente da língua ou vernáculo na qual é articulada, é utilizada de forma pejorativa, empregada no menosprezo a uma raça inferiorizada pela intolerância e subjugo histórico”, salienta a recomendação.

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O documento foi encaminhado à Câmara dos Dirigentes Lojistas e Manaus e à Associação Comercial do Amazonas na última quarta-feira (4) e entidades têm o prazo de 5 dias úteis para responder à recomendação.

Além disso, a recomendação destaca que “os termos negro, escuro, preto são utilizados de forma depreciativa, fazendo referência a situações negativas e indesejáveis, tais como: peste negra (black plague), a coisa está preta, o lado negro da força (the dark side of), coisa de preto (black thing), tinha que ser preto, serviço de preto (black service), mercado negro (black market), não sou tuas negas, denegrir (denigrate), magia negra (black magic), lista negra (the black list), ovelha negra (black sheep), Dark Web”.

Algumas empresas já baniram o termo ‘Black Friday’

Pinheiro e Aguiar ainda citaram que algumas companhias brasileiras, como o Grupo Boticário, não usam mais o temo ‘Black Friday’  em respeito a organizações de direitos civis e também a entidades representativas do movimento negro.

Os defensores ainda destacaram que que há diferença entre o contexto do termo no Brasil e nos Estados Unidos. Segundo a defensoria, “nos Estados Unidos da América o termo Black Friday é utilizado um dia após o Dia de Ação de Graças, com uma representatividade comercial local, o que torna a utilização do termo fora de contexto no Brasil, com uma conotação de discriminação racial, ao dizer que o dia preto é promocional”.

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Laura Moutinho

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