EUA: Gastos dos consumidores superam expectativa em setembro
O Departamento de Comércio dos EUA divulgou nesta sexta-feira (30) um relatório revelando que os gastos dos consumidores, que respondem a mais de dois terços da economia do país, subiram 1,4% em setembro após ganho de 1% em agosto.
De acordo com o relatório, os gastos dos consumidores dos EUA tiveram um aumento maior que o previsto para o período, entretanto, para o próximo trimestre, esses gastos podem ser reduzidos em razão do fim dos benefícios do auxílio-desemprego para milhões de norte-americanos e um ressurgimento nos casos de coronavírus (Covid-19).
Além disso, no mês passado, a inflação permaneceu baixa, o que permitiria ao Federal Reserve (Fed) manter os juros próximos a zero por um período, com a finalidade de apoiar a recuperação econômica em função da crise da Covid-19, à medida que o estímulo perde força, segundo o relatório.
Diante disso, os produtos que registraram maiores altas em suas compras foram de:
- veículos novos,
- roupas
- calçados
Ao passo que os segmentos com maiores altas foram de:
- saúde,
- clubes e centros esportivos,
- parques,
- teatros
- museus
Entretanto, os gastos dos consumidores se mantiveram abaixo do nível do início de 2020, contidos principalmente pela queda de vendas de serviços como viagens aéreas e hospedagem em hotéis.
Os dados foram adicionados ao relatório do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA para o terceiro trimestre, que mostrou uma recuperação da economia.
PIB dos Estados Unidos cresce 33,1% no terceiro trimestre
O PIB dos Estados Unidos avançou 33,10% em termos anualizados no terceiro trimestre deste ano. A economia norte-americana procura se recuperar do tombo de 31,4% registrado no período entre março e junho, levando a maior potência do planeta à uma recessão técnica.
O resultado ficou acima do consenso dos analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal, que esperavam por uma alta de 32%. Segundo o Departamento de Comércio norte-americano, em divulgação na última quinta-feira (29), essa foi a recuperação mais forte dos Estados Unidos em toda a história — a anterior havia sido no pós-Segunda Guerra Mundial, no primeiro trimestre de 1950, quando o crescimento foi de 16,7%.
O resultado foi impulsionado pelos gastos das famílias, que cresceram 40,7% em termos anualizados, um novo recorde na série histórica. Os investimentos empresariais e de habitação também registraram fortes aumentos. O pacote de estímulos do governo ofereceu ajuda a muitas empresas e desempregados, elevando os gastos dos consumidores. Foram injetados mais de US$ 3 trilhões na economia.
O presidente Donald Trump disse, na última segunda-feira (26), que esperava por um resultado magnífico no terceiro trimestre, salientando que o país está passando por “uma recuperação econômica melhor do que qualquer outro lugar no mundo”. A declaração foi dada em Lititz, na Pensilvânia, em comício eleitoral.
“Esta eleição é uma escolha entre a super recuperação de Trump e a depressão econômica de Biden”, disse o mandatário em referência ao seu rival na corrida presidencial, o democrata Joe Biden. As eleições acontecerão na próxima terça-feira (3).
Vale ressaltar que no segundo trimestre a economia norte-americana apresentou a maior contração na história. Durante a crise dos subprime, entre 2008 e 2009, o pior trimestre teve uma queda de 8,4% na economia. O recorde anterior veio em 1958, quando o crescimento econômico recuou 10% durante a recessão de Eisenhower.
O mercado, entretanto, segue de olho no avanço da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no Hemisfério Norte, o que pode trazer novas medidas de contenção da doença, instaurando novos bloqueios à circulação de pessoas e atividades comerciais. Os investidores temem que a segunda onda da pandemia possa impactar fortemente a frágil tentativa de recuperação econômica global.
Além disso, o departamento econômico dos EUA também informou que os pedidos de seguro-desemprego na semana encerrada no dia 24 de outubro atingiram 751 mil, frente à estimativa de 770 mil para o período.