Ibovespa inicia em queda de 2%, com temor pela pandemia e resultado do Copom

O Ibovespa abriu em forte baixa nesta quarta-feira (28), temeroso pela retomada da força da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) nos Estados Unidos e na Europa, além de incertezas políticas e econômicas internas. O maior índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) já cai mais de 3% nesta semana, após um promissor início de mês.

Por volta das 10h30, a cotação do Ibovespa apresentava uma queda de 2,37%, a 97.241 pontos. Os investidores mostram-se preocupados com as medidas restritivas frente à pandemia, que podem influenciar ainda mais tentativa de recuperação econômica global.

Na última terça-feira (27), os Estados Unidos registraram novos 73.200 casos da doença, segundo dados da Universidade John Hopkins. Ontem, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, propôs fechar bares e restaurantes por um mês para estancar a disseminação do vírus. Os mercados europeus observaram um forte movimento de venda em ações de empresas de viagens e des bancos. As bolsas europeias tocaram a mínima dos últimos cinco meses.

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Outros dois aspectos também mexem com os investidores globais neste pregão: as eleições presidenciais norte-americanas da próxima terça-feira (3), com o receio por uma possível demora na contagem dos votos e o precedente que isso pode abrir para uma tensão política, além da indefinição sobre o novo pacote de estímulos econômicos à famílias e empresas nos Estados Unidos.

Nesse sentido, os mercados lá foram reagem negativamente à declaração do presidente norte-americano Donald Trump, que disse que é provável que o novo pacote de estímulos financeiros à famílias e empresas, estimado em US$ 1,9 trilhão, deva ser aprovado somente após as eleições presidenciais.

Por aqui, as atenções são voltadas ao resultado da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) , iniciada na última terça-feira. O mercado segue atento ao rumo que o colegiado do Banco Central (BC)  dará à taxa básica de juros da economia (Selic)os juros futuros operam em alta nesta manhã.

Segundo estimativas compiladas pela Bloomberg, economistas do mercado esperam que a taxa seja mantida em 2%, menor patamar histórico, seguida de um tom mais cauteloso da autoridade monetária, de olho na inflação e no risco fiscal do País.

No âmbito político, o ministro da Economia, Paulo Guedes, culpou os trâmites legais pelo atraso na agenda de privatizações, enquanto o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, culpou a base aliada do governo pela morosidade. A votação pela desestatização da Eletrobras (ELET6) deve ficar para 2021.

Os investidores locais também ficarão de olho após o fechamento do mercado, quando resultados do terceiro trimestre de Bradesco (BBDC4), Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) serão apresentados, o que pode trazer volatilidade aos papéis. Nesta manhã, a petroleira informou que mudou sua política de remuneração aos acionistas.

Mercados internacionais

Confira o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do Ibovespa agora:

  • Nova York (S&P 500) futuro: -1,89%
  • Londres (FTSE 100): -2,34%
  • Frankfurt (DAX 30): -3,92%
  • Paris (CAC 40): -3,41%
  • Milão (FTSE/MIB): -3,36%
  • Hong Kong (Hang Seng): -0,32% (fechada)
  • Xangai (SSE Composite): +0,46 (fechada)
  • Tóquio (Nikkei 225): -0,29% (fechada)

Última cotação do Ibovespa

Da mesma forma que o Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última terça-feira com uma queda de 1,40%, a 99.605,54 pontos.

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Jader Lazarini

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