Oi (OIBR3): vale a pena comprar a ação? Confira as perspectivas

A Oi (OIBR3; OIBR4), que está em recuperação judicial, tem o objetivo de se desfazer de alguns ativos para redirecionar o crescimento da companhia. Nos últimos dias, a venda dos ativos têm sido destaques no mercado, por chamarem a atenção de grandes empresas do ramo de telefonia móvel como a Vivo (VIVT4), Claro, TIM (TIMP3) e a empresa internacional Highline. 

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Com as movimentações da empresa para se tornar rentável, os investidores querem saber se vale a pena investir na operadora. Para responder essa pergunta, nós da SUNO Notícias conversamos com três especialistas que nos trouxeram suas perspectivas. É válido lembrar que essa matéria não se configura como uma recomendação de investimento.

Reestruturação da Oi tem beneficiado papéis

No período de um ano, as ações da Oi apresentaram recuperação. Para base de comparação, o papel ordinário da companhia (OIBR3) em 21 de outubro de 2019 era cotado a R$ 0,96. Já na mesma data em 2020, a ação encerrou negociada a R$ 1,70. Isso porque a empresa está em processo de reestruturação, desmembrando o seu negócio com o objetivo de alterar o foco da operadora. 

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Em junho de 2016, a Oi entrou com pedido de recuperação judicial com a finalidade de negociar a dívida que estava em R$ 65,4 bilhões, e de uma proteção judicial contra a falência.

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No mês passado, a operadora modificou sua proposta de quatro anos atrás. O plano atual prevê a venda de redes móveis, torres, data centers e parte da rede de fibra ótica, levantando mais de R$ 22 bilhões. O recurso será usado para fazer o pagamento antecipado de dívidas, com cortes dos valores na faixa de 50% a 55%.

Redução de dívida e retomada da lucratividade

O novo plano de reestruturação da empresa é bem avaliado pelos analistas. Na análise do especialista Henrique Esteter, da corretora Guide, a nova recuperação judicial reduziu o receio sobre a dívida da empresa. “A posição ficou mais favorável, tendo em vista que as vendas dos ativos parecem estar caminhando para um rumo positivo”, afirma.

Com a venda de torres e data centers, a empresa vai encolher. Por outro lado, vai focar em um segmento que será mais rentável para ela, que é o de fibra ótica, de acordo com o analista chefe da Planner Corretora, Mario Mariante.

Além disso, os analistas avaliam que a empresa caminha para a retomada da lucratividade, embora haja divergências de quando isso deve ocorrer.

“A Oi já definiu em quais segmentos vai atuar, e ela tem esse período de recuperação judicial para reforçar seu caixa e gerenciar suas dívidas. Há uma a expectativa de que a partir de 2021 a operadora se torne uma empresa lucrativa”, afirma Mariante. Segundo ele, as ações têm grande potencial de valorização.

Já na opinião do analista da Suno Research, Rodrigo Wainberg, a lucratividade da companhia ainda pode levar mais tempo. De acordo com a análise de Wainberg, que tem como base o laudo EY (Earnings Yield), o EBIT só irá a campo positivo em 2024, e a partir de 2026 os resultados engrenam em uma trajetória “bastante positiva”. Mesmo assim, ele avalia que o mais importante é a trajetória de crescimento dos resultados com o abatimento das dívidas. 

O relatório do BTG Pactual (BPAC11) sobre a operadora chamou de “impecável” o plano de restruturação da empresa. “Nossa principal conclusão é que a administração está executando de maneira impecável o plano de recuperação estabelecido há alguns meses e aprovado na assembleia geral de credores realizada em meados de setembro”.

No segundo trimestre deste ano,00 a tele registrou um prejuízo de R$ 3,493 bilhões. O valor é 104,4% maior do que o apresentado no mesmo período de 2019. A receita líquida da operadora ficou em R$ 4,544 bilhões, valor 10,8% menor do que o registrado no mesmo intervalo do ano passado.

A Oi deve divulgar seus resultados operacionais do terceiro trimestre deste ano no dia 12 de novembro.

As influências nas ações da operadora

Na opinião do analista da Suno Reasearch, as incertezas que pairavam sobre os planos de crescimento da companhia estão ficando para trás. O que permanece são as especulações a respeito da venda da rede fixa. Segundo Wainberg, o interesse crescente pelos ativos pode influenciar positivamente as cotações das ações.

A Highline já prepara uma oferta formal pela rede de fibra ótica. E se tivermos mais competidores subindo a oferta, então a cotação tende a crescer também. Mas isto são movimentos de curto prazo, nos quais o investidor não deve basear sua tese”, completou.

Na última terça-feira (21), a Highline Brasil informou que estava estudando o quanto iria oferecer no leilão das redes de fibra ótica da operadora. A empresa já participou da rodada inicial de ofertas não vinculantes dos ativos. A tele avalia sua rede fixa em R$ 20 bilhões.

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Já na análise de Mariante, dentre tantos fatores, um que pesa significativamente as cotações da empresa é o resultado trimestral.

Sobre a atual cotação das ações, Mariante destaca que a concretização de venda de ativos deve mexer positivamente com o papel.

Vale a pena investir na Oi?

Os especialistas apontam que o investimento faz sentido no longo prazo, mas não no curto prazo. “Acho que no longo prazo uma posição pequena pode fazer sentido, mas não uma exposição muito elevada”, apontou Esteter. Já no curto prazo, a Guide prefere ficar neutra no papel.

Para o analista da Suno Reasearch, o investimento a longo prazo vale a pena. “A Oi detém a maior rede de fibra do Brasil e se trata de uma tecnologia com baixíssimo risco de substituição. E mesmo que acredite em uma competição com o 5G, a própria expansão da tecnologia depende de uma enorme rede de fibra por trás. É a coluna vertebral da internet no mundo todo”.

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Poliana Santos

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