Automóveis elétricos vão conquistar ainda mais mercado, diz VP da Volkswagen
Mesmo durante a pandemia do novo coronavírus (covid-19), o mercado de automóveis elétricos continua registrando um crescimento expressivo.
A maior empresa do setor de automóveis elétricos, a Tesla (NASDAQ: TSLA) divulgou recentemente seus lucros referentes ao terceiro trimestre deste ano, registrando uma alta de 131% na comparação anual, com ganhos de cerca de US$ 331 milhões, o equivalente a US$ 0,27 por ação, ante US$ 0,16 anotados no terceiro trimestre de 2019.
A Associação Brasileira do Veículo Elétrico (Abve) informou que até 2019 a frota destes automóveis somava 16 mil no Brasil, enquanto esse mercado deve crescer entre 300% a 500% em cinco anos, ao passo que o número de carros convencionais nos próximos 20 anos será inferior ao de automóveis elétricos.
Todavia, a projeção mundial é ainda mais otimista, a Bloomberg New Energy Finance (BNEF) divulgou que 56 milhões de carros elétricos circularão até 2040, sendo que atualmente o total ao redor do mundo é de 2 milhões.
Segundo o vice-presidente da Volkswagen caminhões e ônibus (VWCO), Ricardo Alouche, apesar da proporção destes veículos ainda ser menor em comparação com os automóveis comuns, esse segmento “tem conquistado uma relevância maior no mercado, principalmente no último ano”. Alouche informou ainda que a Volkswagen tem investido nesse mercado nos últimos anos, “daqui para frente, cada vez mais vamos ouvir falar destes veículos”.
Além disso, para os próximos anos a previsão é “muito positiva”. A substituição dos automóveis elétricos sob os movidos a combustão ocorrerá de maneira gradativa, “há uma tendência muito forte na Europa ocidental, seguida pelos Estados Unidos. O Brasil sempre acompanhou a Europa, mas com uma defasagem muito grande, entretanto na questão de veículos elétricos, esse atraso é menor”, declarou o vice-presidente.
A nova tendência mundial já está sendo acompanhada pelas empresas, afinal, de acordo com Alouche, o novo caminhão da Volkswagen, que será lançado no próximo ano já está sendo demandado pela Ambev (ABEV3) e por outros clientes da companhia, que além de buscarem os benefícios dos veículos, também se preocupam com as questões ambientais.
A encomenda realizada pela empresa de bebidas integra um projeto de milhões de reais para a aquisição de 1.600 veículos elétricos até o ano de 2023. A compra é parte de um projeto da Ambev para reduzir sua pegada de carbono, plano que ainda inclui 48 usinas de energia solar que estão sendo implementadas em seus centros de distribuição.
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Os automóveis serão comprados por transportadoras parceiras que prestam serviços para a fabricante de bebidas. A companhia tem como objetivo que o modelo de veículos elétricos seja pré-requisito para que empresas de logística prestem serviços para a Ambev. O número de caminhões que serão adquiridos pela empresa corresponde ao percentual de cerca de 35% da frota.
De acordo com o vice-presidente, além da questão ambiental, a companhia demandou os caminhões também com a finalidade de aumentar sua produtividade, visto que diante dos diferenciais do novo automóvel, está o fator de ruído zero, o que permite que entregas sejam feitas durante à noite, quando os caminhões comuns são proibidos de circular em função da poluição sonora.
Ao ser questionado sobre o mercado durante a pandemia do novo coronavírus, o executivo ressaltou que as vendas sofreram grandes reduções, na medida em que vinham registrando um crescimento expressivo até então. “Teve uma queda bastante abrupta durante o mês de março e agosto principalmente, porém o mercado vem se recuperando”.
Diante disso, Alouche pontuou que a tendência mundial é da substituição dos veículos convencionais para os menos poluentes. “Esse fenômeno deve acontecer no mundo inteiro, o mercado não vai parar, as pessoas estão descobrindo alternativas mais sustentáveis, o processo deve ocorrer de forma gradativa e crescente nos próximos 5 anos, e na minha visão, vai substituir o veículo a diesel e gasolina mais para frente”.
Por último, o vice-presidente ainda afirmou que a Volkswagen está preparada para produzir carros elétricos em larga escala, acreditando que possui essa vantagem em relação à outras empresas. A companhia alemã é uma das montadoras com o ritmo mais acelerado em termos de eletrificação, com a rápida conversão das fábricas de veículos a combustão para a mobilidade elétrica.
Só na Alemanha, a empresa já possui três unidades em processo de transformação, sendo elas em Zwickau, Emden e Dresden. Ao passo que a Tesla apresenta apenas três delas no total, sendo duas nos Estados Unidos, uma em Xangai, na China e mais um projeto em construção em Berlim. Apesar disso, no acumulado do ano de 2019, 61.105 veículos elétricos foram vendidos pela Volkswagen, ao passo que a fabricante americana vendeu 367.200 no mesmo período.
Mercado de automóveis elétricos: os veículos mais vendidos no mundo
De acordo com a Bloomberg New Energy Finance (BNEF), os fabricantes de automóveis estão acelerando seus planos de lançamento de VE devido, principalmente, aos regulamentos cada vez mais rigorosos na Europa e na China. Ao passo que o coronavírus (covid-19) atrasará alguns deles, entretanto, em 2022 haverá mais de 500 modelos diferentes disponíveis globalmente, informou o relatório.
Com isso, veja também o ranking divulgado pela “inside evs” da Uol, com os carros elétricos mais vendidos no primeiro trimestre de 2020 no mundo:
- Tesla Model 3: com 85.523 vendas, representando 15% das vendas totais dos VEs
- Renault Zoe: com 22.811 vendas, (4%)
- Nissan Leaf: com 18.364 vendas, (3%)
- Volkswagen e-Golf: com 15.143 vendas, (3%)
- BMW 530e: com 13.753 vendas, (2%)
- BYD Qin Pro EV: com 13.486, (2%)
- Mitsubishi Outlander PHEV: com 13.257, (2%)
- Audi e-Tron: com 12.468, (2%)
- Hyundai Kona EV: com 12.208, (2%)
- GAC Aion S: com 10.624, (2%)
Além disso, de acordo com a pesquisa, no total, foram 570.705 automóveis elétricos vendidos no primeiro trimestre deste ano.