Dólar encerra em alta de 0,34%, negociado a R$ 5,598
O dólar hoje encerrou a sessão em alta de 0,34%, cotado a R$5,598 na venda, com a cautela dos mercados internacionais em vista dos rumos da pandemia.
Apesar de ter registrado alta em seu encerramento, o dólar iniciou esta manhã em queda com a paralisação de tratamentos contra o novo coronavírus (covid-19) e a privatização dos Correios no radar.
Por voltas das 9h10, o dólar variava negativamente a 0,14%, sendo negociado a R$ 5,576. O mercado internacional opera entre perdas e ganhos com a suspensão de ensaios clínicos sobre tratamentos contra a covid-19. Já no radar do investidor nacional está o projeto de lei que viabiliza a privatização dos Correios.
A farmacêutica Johnson & Johnson (NYSE: JNJ) suspendeu, na última segunda-feira (12), seus testes para a vacina contra a covid-19. Segundo a empresa, a medida foi tomada após um dos voluntários nos testes ter adoecido durante o processo.
Diante de sua volatilidade, a moeda americana registrou alta pela primeira vez nesta quarta-feira por volta das 14h20, em +0,02% a R$ 5,58 em sua venda.
Com isso, confira as principais notícias que afetaram a cotação do dólar nesta quarta-feira:
- Fluxo cambial registra entrada líquida de US$ 204 mi na semana até 9 de outubro
- Contas públicas: Brasil terá rombo até 2025, estima FMI
- Moody’s mantém previsão de crescimento do PIB brasileiro para 2021
Fluxo Cambial:
O Banco Central (BC) informou nesta quarta-feira (14) que o fluxo cambial ficou positivo em US$ 204 milhões na semana encerrada em 9 de outubro deste ano. Diante disso, entre os dias 5 e 9 deste mês, entraram US$ 175 milhões pela conta financeira e US$ 29 milhões pela conta comercial.
De acordo com os dados divulgados pelo BC, o acumulado negativo do fluxo cambial no ano cai para US$ 18,464 bilhões. A conta de capital contribui com saída líquida de US$ 52,166 bilhões. Ao passo que a conta comercial registou uma entrada líquida de US$ 33,703 bilhões.
FMI:
O Brasil deverá registrar um déficit primário até 2025, quando o País passará a apresentar um resultado negativo de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados divulgados nesta quarta-feira (14) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). O rombo nas contas públicas acontecerá, segundo o FMI, devido ao aumento emergencial de gastos públicos adotado pelo governo para diminuir o impacto da crise provocada pela pandemia do coronavírus (Covid-19).
Segundo o FMI, o déficit primário (resultado entre os gastos do governo e a sua receita, desconsiderando as despesas com juros da dívida pública) deve aumentar de um resultado negativo, como proporção do PIB, de 1% em 2019 para 12% neste ano. Em abril desta ano, o FMI previa que o déficit primário neste ano ficaria em 5,2% do PIB.
Vale destacar que, até 2013, o Brasil vinha acumulando superávits primários. Isso significa que o País gastava menos do que arrecadava. Para a redução da dívida pública, este período foi extremamente importante. Além da importância em relação a dívida pública, o Brasil, consequentemente, acabou recebendo o selo de grau de investimento das agências de classificação de risco.
PIB do Brasil:
A vice-presidente e analista sênior da Moody’s, Samar Maziad, responsável pelo rating soberano do Brasil, declarou nesta quarta-feira (14), durante o evento Inside Latam Brasil, que a agência de classificação de risco, ainda prevê um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,4% para 2021. “Brasil já está no caminho da recuperação no terceiro trimestre e esperamos que continue”, declarou.
A analista da Moody’s lembrou, entretanto, que o crescimento do Brasil nos últimos anos foi decepcionante e que seria necessário ver uma expansão mais sustentável nos próximos anos, o que depende do avanço de reformas. “O crescimento potencial do Brasil hoje é estimado em 2%. Para um PIB potencial maior, é necessário maior avanço de reformas.”
Segundo Maziad, para o crescimento ser maior também é necessária a confiança na manutenção do compromisso fiscal do País.
Última cotação do dólar
Na última sessão, terça-feira (13), o dólar encerrou em alta de 0,98%, a R$ 5,579.