BTG Pactual (BPAC11) estuda aquisição das usinas da Atvos, diz jornal
O BTG Pactual (BPAC11) está estudando a aquisição das usinas sucroalcooleiras da Atvos. Os ativos pertencem à Odebrecht, e estão em recuperação judicial desde maio do ano passado. As informações são do jornal “Valor Econômico”.
A compra seria realizada pela divisão do BTG Pactual que investe em empresas com dificuldades financeiras, conhecida como “special situations“. Segundo o jornal, as conversas com os reestruturadores da Atvos já estão em curso e o aporte do banco de investimento será na ordem de R$ 500 milhões. A Atvos possui R$ 11 bilhões em dívidas financeiras, e busca novos investidores para possibilitar a continuidade de suas atividades.
A companhia, que é uma das maiores do setor no País, controla nove usinas na região Centro-Sul, com moagem de 26 milhões de toneladas de cana, sendo que a capacidade total de suas unidades operadoras é de 37 milhões de toneladas. As atividades da empresa, entretanto, foram fortemente impactadas pelos entraves financeiros do grupo Odebrecht, envolvido na Operação Lava Jato.
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A Atvos demanda novo capital para aumentar sua área agrícola e manter-se competitiva no mercado. No fim de 2019, a consultoria RK Partners negociou com o fundo Mubadala, de Abu Dhabi, para a injeção de R$ 800 milhões na companhia, mas não chegaram a um acordo junto aos bancos credores sobre o tamanho da participação que teriam na empresa. O fundo esperava deter 70% do negócio com o aporte.
De acordo com o “Valor”, a divisão do BTG trabalha com R$ 500 milhões disponíveis para o investimento e estuda o tamanho ideal de sua fatia na companhia, embora as conversas ainda sejam iniciais. Segundo o jornal, a instituição tem apresentado interesse nos ativos do setor sucroalcooleiro nos últimos meses.
Odebrecht em meio à aquisição do BTG Pactual
Não somente as conversas sobre o investimento e a aquisição da fatia do controle da Atvos, também pesa nas negociações a disputa societária entre a Odebrecht, atualmente dono de 100% das usinas da companhia, com um dos seus credores, o fundo norte-americano Lone Star, investidor em empresas com problemas da mesma natureza.
De acordo com o plano de recuperão da Atvos, homologado pela Justiça em agosto, os bancos credores da empresa podem converter em capital os bônus de subscrição equivalentes a uma parte dos créditos que possuem na empresa para realizar a transferência de controle das usinas. As instituições financeiras são:
Em atrito com a Odebrecht, a Lone Star é vista como uma insegurança jurídica para o futuro comprador dos ativos da Atvos. O fundo estadunidense pagou US$ 5 milhões (cerca de R$ 27,85 milhões) por ações dadas em garantia pela contrutora a bancos pelo gasoduto no Peru e, consequentemente, obrigou a Odebrecht a repassar o controle da Atvos.
Em meio às negociações com o BTG Pactual, a Atvos entende, por meio de sua defesa, que o fundo norte-americano representaria uma ameaça concreta se conseguisse interromper o plano de recuperação da empresa. Atualmente, entretanto, o plano já está em execução, com os bônus de subscrição às instituições financeiras em processo de emissão.