Eletrobras (ELET3) tem interesse em permanecer nos ativos nucleares

O presidente da Eletrobras (ELET6), Wilson Ferreira Junior, participou nessa sexta-feira (2) do Encontro Nacional dos Agentes do Setor Elétrico (Enase), promovido pelo Canal Energia, e sinalizou seu interesse em continuar com uma participação nos ativos de energia nuclear após a privatização da companhia.

O presidente da Eletrobras destacou que “não tenha dúvida. A Eletronuclear era uma empresa que estava com muitas dificuldades e fizemos tudo o que tinha que ser feito para deixar a empresa na condição que está agora”.

Ferreira lembrou que, há pouco mais de um mês, o conselho de administração da estatal federal capitalizou todas as dívidas que a Eletronuclear tinha com a Eletrobras.

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O executivo destacou que “as duas usinas, Angra 1 e 2, estão entre as dez nucleares com maior nível de disponibilidade no mundo nos últimos dois anos. Essas duas usinas produzem R$ 1,2 bilhão de Ebitda por ano”. “Já é uma operação viável e, com Angra 3, fica extremamente viável”, completou.

Em relação a conclusão das obras de Angra 3, Ferreira afirmou que “estamos investindo em torno de R$ 3,5 bilhões nos próximos 18 meses e vamos chegar com 70% das obras concluídas, quando faremos uma licitação internacional de um EPC para concluir de forma definitiva a obra”.

O executivo reforçou  que “Angra 3 é uma obra possível, é uma obra viável e uma obra financiável”. “temos um enorme interesse em continuar esse projeto, que nós conseguimos resgatar. É uma fênix mesmo”.

Além disso, há pouco tempo, a Eletrobras anunciou que a União deve comprar 25,5% do capital total da Eletronuclear, o que equivale a 51% das ações ordinárias, assumindo o controle acionário da companhia .

MP permite à Eletrobras vender bens da União sob gestão

O governo do presidente Jair Bolsonaro assinou uma medida provisória (MP) no início de setembro, principalmente para barrar o crescimento das tarifas de energia, que permitirá à Eletrobras vender bens da União sob gestão da companhia elétrica.

Os Bens da União sob Administração da Eeletrobras (BUSA) contemplam bens e instalações encampados e desapropriados pelo governo federal no passado. De acordo com formulário de referência da empresa, há atualmente 1.994 ativos listados nessa categoria.

A companhia elétrica desembolsou, entre os anos de 2015 e 2019, R$ 12,7 milhões com a administração desses BUSA. Nesse sentido, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) chegou a realizar no ano passado uma consulta sobre a possibilidade de venda de 67 desses ativos, considerados “inservíveis ou não utilizáveis para prestação do serviço de energia elétrica”, segundo formulário.

Agora, com a MP 998, a Eletrobras poderá vender esses bens que não estejam sendo utilizados na produção, transmissão ou distribuição de energia, “desde que autorizada pela Aneel“.

Com informações do Estadão Conteúdo.

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Laura Moutinho

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