XP Investimentos se prepara para processar BTG Pactual
A XP Investimentos estaria se preparando para processar o BTG Pactual. A ação da XP contra o BTG seria baseada em uma suposta violação do acordo de confidencialidade.
Segundo apurou o “Valor Econômico”, o acordo teria sido assinado pelo banco quando foi contratado como um dos coordenadores da oferta inicial de ações da XP Investimentos.
O acordo entre a XP Investimentos com o BTG Pactual foi assinado em 5 de dezembro de 2016. Naquele momento a XP começava a estruturar a oferta, e tinha validade de dois anos.
O IPO deveria ter ocorrido em maio de 2017. Entretanto, foi cancelado porque a XP optou por vender uma fatia minoritária de seu capital ao Itaú.
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O Itaú naquele momento era um dos quatro coordenadores do IPO, ao lado de J.P. Morgan e Morgan Stanley.
Para a XP, o BTG teria utilizado as informações confidenciais a que sua área de banco de investimentos teve acesso para, a partir delas, estruturar a plataforma BTG Pactual Digital, concorrente da XP.
Para a XP Investimentos, a estratégia do BTG de replicar a rede de distribuição da corretora baseada em agentes autônomos de investimento partiu desse arcabouço de informações.
A compra da Network Partners, anunciada pelo BTG em junho deste ano, é um dos elementos da disputa. A Network é formada por ex-funcionários da XP, como Henrique “Xoulee” Cunha, que foram responsáveis pela montagem da sua rede de agentes autônomos. Para a XP, a transação é mais um indicativo do cerco do BTG montado a partir das informações confidenciais.
Compra da Network Partners também na disputa
Outro elemento da disputa é a compra da Network Partners, anunciada pelo BTG em junho deste ano. A Network é formada por ex-funcionários da XP, como Henrique “Xoulee” Cunha, que foram responsáveis pela montagem da sua rede de agentes autônomos.
Para a XP, essa transação é mais um indicativo do cerco do BTG montado a partir das informações confidenciais.
No passado, XP e BTG foram instituições financeiras muito próximas. Os fundos do BTG começaram a ser distribuídos na plataforma da XP desde cedo. André Esteves, principal acionista do BTG, e Guilherme Benchimol, o sócio-controlador da XP, se tornaram próximos por volta de 2012.
Benchimol era um admirador declarado de Esteves e por duas vezes, em 2013 e 2015, a XP convidou o banqueiro para fazer palestras no evento anual para agentes autônomos.
Entretanto, recentemente apareceram sinais de estresse na relação entre as duas instituições. Em 2019 a XP sinalizou a intenção de manter o mesmo sindicato de instituições contratado em 2016, excluindo o BTG Pactual.
Em novembro, a XP desligou o agente autônomo One, de Belo Horizonte, alegando que a empresa vinha negociando com o BTG Digital.
A XP também comunicou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) supostas falhas de conduta da One. Além disso, levantou suspeitas de que a empresa mineira teria compartilhado informações confidenciais de clientes com o BTG. Por seu lado, One e BTG negaram as acusações.
Nas discussões da Associação Brasileira de Agentes Autônomos de Investimentos (Abaai) para pedir mudanças nas regras na instrução n 497, que disciplina a atividade desses profissionais, BTG e XP também ensaiam ficar de lados opostos.
Enquanto o BTG Pactual sugeriu apoiar a flexibilização da exclusividade para renda variável, a XP Investimentos considerou a discussão como algo precoce.