Estados Unidos multam empresas ligadas ao exército chinês
Os Estados Unidos aplicaram sanções a cerca de 75% das empresas colocadas na “lista negra” em função de laços comerciais com o Exército de Libertação do Povo (PLA, na sigla em inglês) da China. No mês passado, o Departamento de Comércio norte-americano adicionou 24 empresas à “lista de entidades” que colaboraram com Pequim para a militarização das ilhas artificiais no Mar do Sul da China.
Segundo o jornal japonês “Nikkei”, o fato dessas empresas terem colaborado com o exército chinês demonstra uma crescente dependência de Pequim para com o setor privado, que está sob pressão do presidente Xi Jinping por uma “fusão militar-civil”. Além disso, a relação das empresas privadas com o as forças militares chinesas pode ser uma barreira à expansão global das mesmas, frente à intensificação das tensões entre China e Estados Unidos.
De acordo com o jornal, 18 das 24 empresas da “lista negra” possuem relações com as forças armadas da potência asiática, com base em uma análise de dados públicos e informações de crédito. Do total, oito pertencem a um dos três conglomerados puramente estatais: China Eletronics Technology Group, China Eletronics e China State Shipbuilding Corp. (CSSC).
Tais grupos estão entre os 10 maiores contratados militares da China, segundo a Administração Estatal de Ciência, Tecnologia e Indústria para Defesa Nacional, ou Sastind. Autoridades dos Estados Unidos acreditam que tenham sido fornecidos equipamentos eletrônicos, softwares e experiências relacionadas a navios para Pequim levantar postos avançados no Mar do Sul da China.
Estados Unidos bloqueiam relações de empresas com entidades suspeitas
Companhias dos Estados Unidos são proibidas de exportar produtos norte-americanos para aqueles que constam na “lista de entidades” do Departamento de Comércio sem a permissão prévia do governo — o que é constantemente é negado.
Em 28 de agosto, o Departamento de Defesa norte-americano também adicionou 11 nomes à sua lista de “empresas militares comunistas chinesas”. As inclusões contaram com a China National Nuclear Corp. e uma unidade da China Aerospace Science and Technology, ambas também entre as dez principais contratadas militares. A última citada está envolvida no desenvolvimento de mísseis.
Outras duas empresas listadas, a Aviation Industry of China e Aero Engine of China, fabricam caças e motores militares, respectivamente. Outras companhias da relação levantada pelo organismo estadunidense constroem armas e tanques.
A China tem intensificado sua política de fusão civil-militar, recrutando companhias civis de alta tecnologia para colaborar no desenvolvimento tecnológico de suas forças armadas. O próprio Xi Jinping lidera a Comissão Central para o Desenvolvimento da Fusão Civil-Militar. Governos regionais também criaram suas próprias agências dedicadas à iniciativa, aprofundando o receio dos Estados Unidos ante Pequim.