América Latina terá “desafios particulares” na consolidação fiscal, diz Fitch
A agência de classificação de riscos ,Fitch, divulgou nesta terça-feira (15) que os países da América Latina devem encarar “desafios particulares” para conseguirem reduzir seus déficits fiscais e suas dívidas no médio prazo devido a capacidade “limitada” para elevar impostos e à rigidez nos gastos nestes países.
De acordo com o relatório realizado pela Fitch, a recuperação econômica na América Latina deve ser acompanhada de preços relativamente mais elevados das commodities, ao passo que a redução dos pacotes de apoio fiscal devem influenciar na diminuição dos déficits em 2021, “entretanto um ajuste fiscal estrutural que iria apoiar a redução da dívida poderia ser desigual pela região”.
As reformas estruturais com a finalidade de elevar a base de receitas e reduzir a dependência das commodities não foram políticas utilizadas pela maioria dos países da região nos últimos anos, que se utilizaram, muitas vezes, de medidas administrativas, com “ganhos desiguais” antes da pandemia causada pelo coronavírus (Covid-19).
A Fitch ainda indicou que apesar da tentativa de alguns países de reduzirem seus gastos, as pressões sociais e políticas podem ser consideradas como possíveis ameaças. Citando o Brasil como exemplo.
O quadro geral “ajuda a explicar”, segundo a agência, o “ponto de partida inicial fiscal fraco dos soberanos latino-americanos no início do choque do novo coronavírus”.
Por último, a Fitch ressaltou em seu relatório que há desafios na consolidação fiscal para os países da América Latina.
Fitch eleva rating soberano da Argentina para “CCC” após reestruturação
A Fitch elevou na última quinta-feira (10) o rating soberano da Argentina, de “RD” para “CCC”, citando a conclusão da reestruturação de dívidas em seus títulos em moeda estrangeira nos mercados local e externo.
O movimento acontece após a S&P, outra importante agência de rating, aumentar no dia 7 de setembro desse ano a nota de crédito soberano da Argentina, após o país vizinho anunciar que reestruturou com mais de US$ 100 bilhões (equivalente a R$ 532 bilhões na cotação atual do dólar) em dívida soberana.
Depois de um vai e vem de negociações junto aos credores em meio à pandemia de covid-19, o governo argentino chegou a um acordo que resulta na reestruturação de cerca de 99% do valor total de sua dívida.
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“A Argentina terá um alívio da dívida na próxima década de 37,7 bilhões de dólares e a taxa de juros média cai de 7% para 3,07%”, afirmou o ministro da Economia da Argentina, Martín Guzmán, durante o anúncio em que acompanhou o presidente Alberto Fernández.
Um acordo sólido era essencial para o país, que se coloca como a terceira maior da América Latina e um dos mais importantes produtores de grãos do mundo, sair da condição de inadimplência após uma recessão iniciada em 2018. A dívida pública da Argentina soma US$ 324 bilhões, o que corresponde a 90% do Produto Interno Bruto (PIB). A economia do país deve registrar uma queda de 12,5% em 2020, informou a Fitch.
Com informações do Estadão Conteúdo