Icon Aviation, de Michael Klein, entra no mercado da ponte aérea Rio-São Paulo
O empresário Michael Klein, ex-conselheiro da Via Varejo (VVAR3), entrou no mercado da ponte aérea Rio-São Paulo por meio de sua companhia de aviação executiva Icon Aviation. As operações serão realizadas de segunda a sexta-feira, a partir da próxima sexta-feira (18).
A empresa de Michael Klein, do Grupo CB, possui uma frota de 19 aeronaves e aproveita a nova regra da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que possibilitou, em agosto, a venda de assentos em voos fretados por dois anos. As passagens passaram a ser vendidas na última sexta-feira (11) e cada assento custa R$ 2 mil, sendo que cada voo comporta até oito passageiros.
O intuito da Anac é aumentar a oferta de voos em um momentos que as empresas comerciais chegaram a cortar sua malha em 92%, em razão da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). “O movimento caiu entre 50% e 70% com a pandemia. Essa é uma tentativa de ocupar aeronaves que estão paradas. Estamos tentando nos reinventar”, disse Michael Klein, fundador e presidente do Grupo CB, conforme reportou o jornal “Valor Econômico”.
O empresário afirmou que espera uma melhora gradual da demanda ao longo do tempo, e que também avalia realizar ofertas de voos entre São Paulo e Brasília, além de outros destinos que também tenham procura. No entanto, a receita da Icon, que faturou R$ 160 milhões no ano passado, deve cair 50% neste ano.
Michael Klein terá concorrência
A Icon Aviation não será a única: a Líder Aviação será outra companhia que ofertará voos fretados por assento. A empresa detém uma frota de 59 aeronaves, e, nesta semana, a aérea passará a oferecer a opção de tornar disponível para venda os assentos que ficarem livres no voo fretado.
Caso a venda ocorrá, o valor captado será repassado ao fretador inicial. O preço por assento é estimado entre R$ 1,5 mil e R$ 2 mil. “A Líder avalia fazer a oferta de voos regulares em algumas rotas”, disse Bruna Assumpção Strambi, diretora superintendente de manutenção, fretamento e gerenciamento de aeronaves da companhia.
O mercado em questão teve seu pico em 2014, quando 400 empresas prestavam serviços de aviação executiva. No entanto, devido à recessão econômica dos anos seguintes, o setor foi encolhido e atualmente conta com 119 companhias. Durante a pandemia, as competidoras buscaram diversificar a oferta de serviços, com transporte de carga biológica (como vacinas e testes do coronavírus) e voos de repatriação.
Mesmo assim, segundo Flávio Pires, diretor geral da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), o segmento opera em queda de 40% a 45% em 2020. “Acredito que esse novo formato de venda irá atrair novos clientes”, acrescentou.
O presidente da Fly Adam, plataforma em que as passagens da empresa de Michael Klein estão sendo vendidas, Daniel Diniz, disse que parte das 20 empresas de aviação executiva que atende se prepara para oferecer a venda por assento. “Existem empresas nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sul interessadas em usar a plataforma para fazer a venda de assentos. Acredito que essa modalidade vai impulsionar principalmente a aviação regional no país”, pontuou o executivo.