BCE deixa política monetária inalterada, mas fala em ‘ajustar seus instrumentos’
O Banco Central Europeu (BCE) decidiu deixar sua política monetária inalterada após reunião concluída nesta quinta-feira (10) mas reiterou que continua disposto a ajustar “todos os seus instrumentos”, conforme for apropriado. As principais taxas de juros do BCE, a de refinanciamento e a de depósitos, permaneceram em 0% e -0,50%, respectivamente.
Além disso, o BCE manteve o volume de seu Programa de Compras de Emergência na Pandemia (PEPP, na sigla em inglês) em 1,35 trilhão de euros.
O BCE também deixou inalterado o tamanho do Programa de Compras de Ativos (APP, na sigla em inglês), em 120 bilhões de euros, a um ritmo mensal de 20 bilhões de euros. Segundo a instituição, as compras do APP serão realizadas “pelo tempo que for necessário”.
Em comunicado, o BCE reiterou ainda que o período de vigência do PEPP irá “pelo menos” até o fim de junho de 2021 e que as compras do programa serão conduzidas de maneira flexível. A instituição voltou a ressaltar, porém, que as compras do PEPP continuarão até que a crise da covid-19 seja superada.
O BCE reafirmou também que os juros básicos vão continuar nos níveis atuais ou menores “até que a perspectiva de inflação convirja de forma robusta” para sua meta, que é de uma taxa ligeiramente inferior a 2%.
BCE indica que zona do euro pode receber mais estímulos em 2020
O Banco Central Europeu divulgou no mês passado o vídeo da reunião realizada pelos diretores em julho. A autoridade monetária europeia indicou que poderia implementar mais medidas expansionistas para ativar uma economia que sofre com desemprego e possíveis falências.
A ata da reunião do BCE também mostrou certo alívio por parte dos diretores pelo fato da zona do euro ter sido capaz de evitar uma desaceleração ainda mais profunda. Entretanto, os diretores alertaram sobre uma possível turbulência econômica, à medida que os governos comecem a reduzir as políticas destinadas a apoiar empresas e trabalhadores durante a pandemia do coronavírus.
Atualmente, as infecções estão surgindo novamente em grande parte da Europa, e os governos estão correndo para evitar uma segunda onda de pandemia.
As autoridades se reunirão para determinar a política econômica do BCE nos dias 9 e 10 de setembro, quando terão novas previsões para o crescimento da zona do euro e a inflação que podem ajudar a orientar suas decisões políticas. Analistas disseram que é improvável que o BCE revele um novo estímulo monetário em setembro, mas pode fazê-lo ainda este ano se a economia não se recuperar.
Vale ressaltar que o mercado tem altas expectativas em relação ao Programa de Compra de Emergência Pandêmica (PEPP), de 1,35 trilhão, implementada pelo BCE.
O economista-chefe do BCE, Philip Lane, afirmou, no início do mês, que a instituição financeira está comprometida em sustentar a economia da zona do euro por causa da pandemia do novo coronavírus, que atingiu todos os países do bloco. Lane disse que o BCE utilizará as compras de títulos para conseguir recursos.
Com informações do Estadão Conteúdo