Boletim Focus prevê queda de 5,31% do PIB em 2020
Especialistas do mercado financeiro passaram a projetar uma maior queda da economia em 2020 após a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre na última terça-feira (1). A estimativa agora é de queda de 5,31%, ante baixa de 5,28% na última semana. Antes dos dados desta terça-feira, as estimativas para queda no PIB estavam ficando menos intensas, consecutivamente, havia nove semanas. As informações são do Boletim Focus divulgado na manhã desta terça-feira (8).
No segundo trimestre deste ano, o PIB brasileiro caiu 9,7%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A divulgação do resultado do terceiro trimestre ocorrerá no dia 3 de dezembro deste ano. Para 2021, a previsão do Boletim Focus continua sendo de um crescimento de 3,50%.
Na hipótese em que a previsão do relatório desta semana se concretize, esse ainda será o pior desempenho do PIB brasileiro no último século, em meio aos efeitos inesperados da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) em todo o planeta.
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Além disso, o relatório divulgado pelo Banco Central (BC) voltou a elevar a estimativa pela inflação de 2020. Os analistas ouvidos pelo BC estimam que o aumento dos preços no Brasil será na ordem de 1,78% neste ano. Essa é a quarta semana consecutiva em que o Focus eleva a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Caso a estimativa do Boletim Focus se confirme, a inflação permanecerá abaixo da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano. O alvo definido pela autoridade monetária é de uma inflação de 4%, com 1,5 ponto percentual de tolerância, ficando entre 2,5% e 5,5%.
Para o ano que vem, o Conselho, formado pelo Ministro do Planejamento, Ministro da Economia e presidente do Banco Central, estipulou a meta de inflação de 3,75%, podendo variar entre 5,25% e 2,25%. O relatório do BC nesta terça-feira projeta um aumento nos preços de 3% em 2021, pela 12ª semana consecutiva.
Taxa Selic, para o Boletim Focus
O documento divulgado nesta terça-feira também mostrou que o mercado manteve, pela 10ª semana consecutiva, a estimativa de uma taxa básica de juros da economia (Selic) em 2% no fim deste ano. Para os especialistas consultados pelo BC, o atual patamar — o menor da série histórica — deve ser mantido.
Em agosto, Roberto Campos Neto, presidente do BC, disse que “devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno”. Para ele, já pôde ser identificada uma recuperação parcial da economia — o Focus chegou a prever um tombo de 6,28% em meados deste ano.
Confira, em detalhes, as projeções mais importantes para 2020 e 2021:
2020
- PIB: a projeção é de uma retração da economia em 5,31%.
- IPCA: a projeção subiu para 1,78%, com uma meta central de 4%.
- Taxa Selic: a previsão fica em 2%.
- Dólar: a previsão ficou em R$ 5,25.
- Balança Comercial: a expectativa para o superávit permaneceu em US$ 55 bilhões.
- Investimento Estrangeiro Direto: os economistas indicaram que permanecerá em US$ 55 bilhões.
- Déficit Primário do PIB: a previsão ficou em -11,70%.
- Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit ficou em -15%.
2021
- PIB: a projeção do crescimento da economia continuou em 3,50%.
- IPCA: a projeção ficou em 3%.
- Taxa Selic: a estimativa caiu para 2,88%.
- Dólar: os especialistas continuam com a projeção de R$ 5.
- Balança Comercial: a expectativa para o superávit caiu para US$ 53,35 bilhões.
- Investimento Estrangeiro Direto: a previsão ssubiu para R$ 65,48 bilhões.
- Déficit Primário do PIB: a previsão caiu para -2,60%.
- Resultado Nominal do PIB: a expectativa do déficit ficou em -6,25%.
O Boletim Focus é elaborado semanalmente pelo Banco Central. São utilizadas as projeções dos especialistas das 100 principais instituições ligadas ao mercado financeiro do Brasil.