Desdobramento da Lava Jato prende o prefeito de Niterói
O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT) foi preso na manhã desta segunda-feira (10) por uma força-tarefa do Ministério Público estadual e da Polícia Civil. A prisão é parte da investigação Operação Alameda, que é desdobramento da Lava Jato.
Neves é suspeito de desvio de dinheiro destinado ao transporte do município entre 2014 e 2018. A Operação Alameda da Lava Jato é baseada em delação do ex-dirigente da Fetranspor, Marcelo Traça.
De acordo com os policiais que o prenderam, Neves teve um descontrole emocional no momento da prisão e pediu atendimento médico. Junto com os policiais, Neves deixou sua residência, em Santa Rosa, às 8h30 e chegou à Cidade da Polícia às 9h05, quando um médico o examinou.
Saiba mais – Lula é denunciado pela Lava Jato por lavagem de dinheiro
Assim que chegou à Cidade da Polícia, Neves respondeu à Imprensa e negou que tenha recebido propina, além de afirmar que estava estranhando a ocorrência.
“Trabalho desde os 18 anos de idade, 20 anos de vida pública, não viajo pro exterior, tenho três filhos lindos, fecho minhas contas como qualquer cidadão de classe média, vivo em um imóvel simples. Me estranha muito esse tipo de ocorrência”, disse ele.
Além de Rodrigo Neves e Marcelo Traça, outros três mandatos de prisão e 19 de busca e apreensão foram cumpridos pela Operação Alameda. Confira abaixo os 5 denunciados:
- Rodrigo Neves, prefeito de Niterói ( PDT)
- Domício Mascarenhas de Andrade, ex-secretário municipal
- João Carlos Félix Teixeira, presidente do consórcio TransOceânico e sócio da Viação Pendotiba
- João dos Anjos Silva Soares, presidente do consórcio Transnit e sócio da Auto Lotação Ingá
- Marcelo Traça, ex-dirigente da Fetranspor
Traça é o único que está em liberdade por conta da delação.
Operação Alameda
Em Niterói, há gratuidade do transporte público para alunos da rede pública do ensino, pessoas com deficiência e idosos.
Assim, com certa frequência, as viações informavam à prefeitura quantos passageiros foram transportados gratuitamente. O município é responsável por arcar com os valores destas viagens.
Neves, indicado como líder da estrutura, cobrava das empresas de ônibus consorciadas do município 20% sobre cada reembolso da gratuidade de passagens.
Saiba mais – Governador do Rio de Janeiro é preso em nova etapa da Lava Jato
A Operação Lava Jato teve início em março de 2014, e a Alameda é um dos inúmeros desdobramentos. No mês passado, o governador do Rio de Janeiro foi preso na Operação Boca de Lobo.