CNC: Endividamento familiar atinge 67,5% em agosto

Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a fatia de famílias endividadas subiu para 67,5% em agosto, frente a 67,4% em julho. Um ano antes, o indicador era de 64,8%. A informação foi revelada nesta quinta-feira (3).

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) mostrou que esse foi o segundo mês consecutivo que a proporção de famílias endividadas bate o recorde da série histórica, iniciada em 2010 pela CNC.

Os índices de inadimplência da pesquisa também pioraram. Na transição entre julho e agosto, a fatia de famílias endividadas que declararam atraso em seus débitos subiu de 26,3% em julho para 26,7% em agosto. A mesma categoria pesquisada em agosto do ano passado registrou uma proporção de 24,3%.

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A fatia de famílias endividadas inadimplentes que declararam sem condições de arcar com seus compromissos, por sua vez, passou para 12,1% em agosto, frente a 12% em julho. Em agosto de 2019 era 9,5%.

Dívida em cartão de crédito continua sendo a mais lembrada, diz CNC

Segundo a confederação, a modalidade de dívida mais lembrada pelos entrevistados continuou sendo o cartão de crédito, mencionada por 77,8% das famílias endividadas. As categorias que vieram em seguida são:

  • Carnês (17,3%);
  • Financiamento de carro (10,6%).

No entanto, a CNC pontuou que a proporção de famílias que se declararam muito endividadas caiu para 14,6% em agosto, frente 15,5% no mês anterior. Essa é a primeira queda dessa natureza desde janeiro deste ano. Em agosto de 2019, porém, era de 13,8%.

Entre as famílias de menor renda, o endividamento continua crescendo. Para as famílias que recebem até 10 salários mínimos, o percentual alcançou novo recorde na série em agosto (69,5% frente a 69% em julho, e 66,1%, em agosto do ano passado).  De forma inversa, entre as famílias com renda acima de 10 salários mínimos, essa mesma fatia diminuiu para 57,8%, em agosto deste ano, em comparação a 59,1%, em julho. Em agosto do ano passado era de 59,2%.

Segundo José Roberto Tadros, presidente da CNC, os resultados refletem um cenário em que as famílias com maior renda têm elevado a poupança em detrimento do consumo, sobretudo de serviços, enquanto a necessidade de crédito segue maior para as famílias com menor renda.

“Os benefícios emergenciais têm impactado positivamente o consumo, especialmente dos itens considerados essenciais, e auxiliado o pagamento de despesas, ainda que parcialmente, entre os brasileiros de menor renda”, diz Tadros.

“As transferências emergenciais, conjuntamente às taxas de juros baixas e à inflação controlada em níveis também historicamente menores, são fatores que favorecem o crédito e o poder de compra dos consumidores”, salientou o presidente do CNC.

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Jader Lazarini

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