Ibovespa abre setembro em alta, de olho no tombo do PIB

De forma distinta à maneira que terminou agosto, o Ibovespa abriu setembro no azul. O cenário fiscal e econômico do País, entretanto, segue no radar do mercado; a queda histórica do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre e o Orçamento de 2021, assim como a extensão do coronavoucher, o auxílio emergencial, domina o noticiário.

Por volta das 10h15 desta terça-feira (1), a cotação do Ibovespa subia 1,11%, para 100.475,86 pontos, voltando à marca psicológica de 100 mil pontos. Embora o maior índice acionário da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) opere em alta nesta terça, o destaque do dia é a confirmação do tombo da economia brasileira entre abril e junho deste ano.

O PIB brasileiro caiu 9,7% no segundo trimestre de 2020 em relação ao trimestre anterior, na série com ajuste sazonal. Em comparação ao mesmo período do ano passado, a soma de todos os bens e serviços produzidos no País entre abril e junho recuou 11,4%. Ambos os resultados são os piores na série histórica, iniciada em 1996.

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O maior peso da atividade econômica brasileira, o setor de serviços — que equivale a 63% do PIB –, caiu 9,7%; a indústria, que representa 18%, recuou 12,3%; a agropecuária (4,5%), por sua vez, cresceu 0,4%. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o resultado foi intensificado pelos efeitos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Com isso, o Brasil entrou em recessão técnica.

Além disso, no âmbito fiscal, os investidores seguem de olho no Orçamento para 2021. O programa Renda Brasil, que substituirá o Bolsa Família, no entanto, ficou de fora do Orçamento, por mais que esse tenha sido um pedido do presidente Jair Bolsonaro, segundo o jornal “Folha de S.Paulo”.

Entre os destaques do documento que foi enviado ao Congresso na última segunda-feira (31), estão a destinação de R$ 116,12 bilhões para o Ministério da Defesa e de R$ 144,53 bilhões para o Ministério da Educação. Quanto à Educação, já está incluso Funded — fundo que financia a educação básica –, na ordem de R$ 19,60 bilhões.

Além disso, Bolsonaro anunciou, nesta terça-feira, que o coronavoucher será prorrogrado por mais quatro parcelas de R$ 300 cada. “O valor definido agora é um pouco superior a 50% do valor do salário mínimo, ou melhor, do Bolsa Família. Então, nós decidimos aqui, até atendendo a economia, em cima da responsabilidade fiscal, fixá-lo em R$ 300”, disse o mandatário.

Segundo o Ministério da Economia, o custo do auxílio está estimado em R$ 254,4 bilhões e, até o momento, já foram desembolsados R$ 212,75 bilhões.

Movimentações do mercado

CVC divulga resultado do quatro trimestre de 2019 auditado

A CVC (CVCB3) divulgou, nesta terça, os resultados auditados referentes ao quarto trimestre e ao ano de 2019. A operadora de viagens encerrou o ano passado com prejuízo de R$ 1,9 milhão, frente a um lucro de R$ 123,4 milhões no ano anterior. A receita líquida foi de R$ 1,7 bilhão.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi negativo em R$ 111,9 milhões. Na comparação anualizada, o resultado havia sido positivo de R$ 116,7 milhões em 2018.

Lojas Renner lucra com créditos fiscais

A Lojas Renner (LREN3) reportou, na noite da última segunda-feira, seu resultado referente ao segundo trimestre de 2020. A empresa atingiu um lucro líquido de R$ 818,1 milhões no segundo trimestre, alta de 254,5% sobre o mesmo período do ano passado, quando foi reportado um ganho de R$ 230,7 milhões.

A companhia, todavia, salienta que recebeu R$ 784,6 milhões em créditos fiscais do ICMS na base de cáculo do PIS e Cofins. Além disso, também foram contabilizados R$ 578,4 milhões referentes aos juros sobre o montante em questão. Segundo a Lojas Renner, o valor total, portanto, foi de R$ 1,63 bilhão, com efeito líquido de R$ 1,047 bilhõa no lucro do segundo trimestre.

Destaques do dia

Veja algumas das maiores altas e baixas das ações do Ibovespa agora, perto de 10h25.

Altas:

Baixas:

Bolsas no exterior

Confira o desempenho dos principais índices acionários no exterior, além do Ibovespa:

  • Nova York (S&P 500) futuro: -0,03%
  • Londres (FTSE 100): -2,23%
  • Frankfurt (DAX 30): +0,21%
  • Paris (CAC 40): -0,09%
  • Milão (FTSE/MIB): -0,65%
  • Xangai (SSE Composite): +0,44% (fechada)
  • Tóquio (Nikkei 225): -0,007% (fechada)

Última cotação do Ibovespa

De forma distinta ao Ibovespa hoje, o índice acionário encerrou as negociações na última segunda-feira com uma queda de 2,72%, a 99.369,15 pontos.

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Jader Lazarini

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