Ibovespa abre estável com prévia do PIB e possível recessão no radar
O Ibovespa inicia esta sexta-feira (14) estável com o indicador de prévia do PIB do Brasil apontando uma recessão técnica no segundo trimestre deste ano.
Por volta das 10h05, o Ibovespa operava em leve alta 0,07%, alcançando 100.534,95 pontos. O Banco Central indicou uma retração de 10,9% na economia brasileira no período de abril a junho de 2020.
Além disso, segue no radar dos investidores, a fala do Bolsonaro de que existe a possibilidade de furar o teto de gastos, a “nova CPMF” que deverá ser mais ampla que a antiga ao bolso do brasileiro, mercado internacional que teme uma segunda onda do coronavírus e os destaques do mercado hoje.
Prévia do PIB
O IBC-Br, a prévia do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, registrou uma queda de 10,94% no segundo trimestre deste ano. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira pelo Banco Central (BC).
No primeiro trimestre a economia brasileira registrou uma retração de 1,5%, dessa forma, se a prévia do PIB para o segundo trimestre for confirmada serão dois períodos consecutivos de baixa, o que caracteriza tecnicamente uma recessão econômica.
Por sua vez, o IBC-Br registrou alta de 4,89% em junho em relação maio. Na comparação com o mesmo período no ano passado, o indicador teve queda de 7,05%.
Bolsonaro abraça ideia de furar teto de gasto
O presidente da República, Jair Bolsonaro, declarou nesta na noite da última quinta-feira (13) que o Brasil pode furar teto de gastos públicos em casos de emergência, tal como na pandemia de covid-19.
A fala do mandatário, durante live nas redes sociais, acontece apenas um dia depois do próprio defender em sua conta oficial o comprometimento com a disciplina e responsabilidade fiscal. Bolsonaro ainda pediu a compreensão do mercado e “patriotismo” no caso de estourar o teto de gastos.
“A ideia de furar teto existe, o pessoal debate. Qual é o problema? Na pandemia, temos a PEC de Guerra. ‘Presidente, nós já furamos o teto em mais ou menos R$ 700 bilhões, dá para furar mais R$ 20 bilhões?’ Qual a justificativa? Se for para [enfrentar o] vírus, não tem problema nenhum”, comunicou o presidente.
O mandatário brasileiro ainda pediu um tempinho e uma dose de patriotismo ao mercado. “Tem que dar um tempinho também. Um pouquinho de patriotismo não faz mal a eles”, afirmou.
Nova CPMF será mais ampla que a antiga
O novo tributo sobre as transações financeiras proposto pelo governo, conhecido no congresso como a “nova CPMF”, vai incidir sobre saques em dinheiro. O Ministério da Economia poderá propor também a cobrança em transações interbancárias, investimentos e até operações entre contas de mesma titularidade, algo que era isento enquanto vigorava a CPMF.
O modelo do novo tributo está sendo estudado, o objetivo é aumentar a arrecadação do governo para diminuir o rombo fiscal. Nos bastidores, segundo a reportagem da Folha de S.Paulo, pessoas ligadas ao ministro falam sobre o tributo como “novo antigo imposto”.
Destaques do mercado
Oi (OIBR3; OIBR4): a companhia reportou um prejuízo de R$ 3,493 bilhões no segundo trimestre deste ano. O prejuízo foi 104,4% maior do que o apresentado no mesmo período de 2019.
B2W (BTOW3) : a empresa teve um prejuízo líquido de R$ 74,6 milhões no segundo trimestre de 2020. O prejuízo é 41,5% menor do que o apresentado no mesmo período de 2019, quando a empresa registrou R$ 127,6 milhões negativos.
Suzano (SUZB3): a gigante da celulose registrou um prejuízo de R$ 2,052 bilhões no período, revertendo um lucro líquido de R$ 699 milhões no segundo trimestre de 2019.
Mercado internacional
No exterior, a possibilidade da segunda onda de contágios do novo vírus faz os indicadores operarem em campo negativo. Por volta das 7h40, os índices futuros registravam:
- Nova York (S&P 500): -0,33%
- Nova York (Dow Jones): -0,13%
- Nova York (Nasdaq): -0,49%
- Londres (FTSE 100): -2,10%
- Frankfurt (DAX 30): -1,27%
- Paris (CAC 40): – 2%
Por sua vez, a Ásia encerrou o pregão em campo distinto.
- Xangai (SSEC): +1,19%
- Hong Kong (Hang Seng): -0,19%
- Tóquio (Nikkei 225): +0,17
Maiores altas e baixas
Altas:
Baixas:
Última cotação do Ibovespa
Na última sessão, quinta-feira, o Ibovespa encerrou o pregão em leve queda de 0,06%, cotado a 102.117,79 pontos.