Dólar abre a semana em queda de 0,5%, cotado a R$ 5,4073
O dólar abriu em queda nesta segunda-feira (10). Por volta das 9h15, a moeda estadunidense operava negativamente 0,570%, sendo negociada a R$ 5,4073 na venda, atenta às tensões na relação sino-americana, após novas sanções da China.
O dólar também está de olho nos impactos da pandemia na economia do País. Segundo o Boletim Focus, o PIB deve cair 5,62% neste ano.
Além disso, o custo fiscal da pandemia para o Brasil segue no radar do mercado. De acordo com estimativas do jornal “O Estado de S.Paulo”, o novo coronavírus trará um impacto de R$ 700 bilhões nas contas públicos, apenas em 2020.
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Dólar e a tensão entre Estados Unidos e China
A China informou, na manhã desta segunda-feira, que irá sancionar 11 cidadãos norte-americanos. A decisão do governo chinês foi tomada após os Estados Unidos sancionarem autoridades chinesas e de Hong Kong, na última sexta-feira (7), sob a acusação de restrição às liberdades civis na cidade semiautônoma.
“Em resposta a esses comportamentos errados dos EUA, a China decidiu impor sanções a indivíduos que se comportaram de forma flagrante em questões relacionadas a Hong Kong”, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, em um comunicado à imprensa. O ministério, no entanto, não especificou quais seriam as sanções aplicadas.
As sanções dos Estados Unidos para os principais funcionários de Hong Kong e às principais autoridades chinesas, na última sexta-feira, tiveram como alvo Carrie Lam, a presidente-executiva de Hong Kong, nomeada por Pequim, e diversos funcionários atuais e ex-funcionários responsáveis por implementar a decisão de Pequim de exercer maior controle sobre a ex-colônia britânica.
As tensões entre China e Estados Unidos se acentuaram nos últimos meses devido não somente a Hong Kong, mas também em razão da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). O governo estadunidense acusa Pequim de ter omitido as informações sobre a doença ainda em seu início, fazendo com que o vírus se alastrasse no planeta. Trump também rompeu as relações do país com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Mercado prevê queda menos intensa do PIB
Os responsáveis pela elaboração do Boletim Focus diminuíram, mais uma vez, suas projeções para a queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 2020. A estimativa divulgada nesta segunda-feira é de uma contração de 5,62% na economia brasileira, ante 5,66% na última segunda-feira (3).
Há quatro semanas, o Boletim Focus estimava uma baixa de 6,10% no indicador econômico. Essa é a sexta semana consecutiva de melhora nas estimativas. No primeiro trimestre deste ano, a economia do País caiu 1,5%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Além disso, o relatório permanece com a estimativa de que a taxa básica de juros da economia (Selic) terminará o ano na casa dos 2%, atual patamar. A taxa foi cortada em 0,25% pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na última reunião, em 5 de agosto, trazendo-a para uma nova mínima na série histórica.
Pandemia custará R$ 700 bilhões ao Brasil
A pandemia do novo coronavírus deverá custar, apenas em 2020, aproximadamente R$ 700 bilhões aos cofres públicos, de acordo com um levantamento feito pelo jornal “O Estado de S. Paulo”. O valor citado anteriormente equivale a cerca de 10% do PIB e a R$ 3,3 mil a cada brasileiro. Os dados tiveram como base estimativas do governo e dos bancos.
Segundo as estimativas do jornal, o valor que será utilizado devido a pandemia poderia ser usado, por exemplo, para pagar o Bolsa Família, mesmo com o aumento de beneficiários que aconteceu durante a crise, por 21 anos. O secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, disse que este “é um custo bem alto” e que esta é uma conta que, em última instância, “será paga por todos nós e pelas gerações futuras.”
Caso as previsões se confirmem, a dívida pública bruta deverá ter uma alta de 22,4% neste ano, e atingiria um recorde na história. O valor seria, por exemplo, sete vezes maior do que o apresentado em 2009, auge da crise dos subprime que impactou financeiramente todo o planeta. Além disso, o número equivaleria aos últimos seis anos somados, de 2013 a 2019, anos em que as contas públicas e a economia nacional também estavam instáveis.
Última cotação do dólar
Na sessão da última sexta-feira, o dólar encerrou o pregão em alta de 1,305%, negociado a R$ 5,4126 na venda.