Bolsa não vive momento de irracionalidade, afirma CEO da B3

Segundo o CEO da B3 (B3SA3), Gilson Finkelsztain, a Bolsa de Valores de São Paulo não está exagerando no preço das ações, por mais que uma profunda recessão deva atingir o País nos próximos trimestres. “Não vejo os preços de ativos no Brasil refletindo uma irracionalidade”, disse o executivo em uma entrevista à Federação Brasileira de Bancos (Febraban) na última terça-feira (4).

“Muita gente pergunta se estamos tendo uma bolha”, mas Finkelsztain reitera que, na opinião dele, não. O executivo comentou que algumas das empresas da bolsa brasileira estão em setores que se beneficiaram do conturbado período da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), como o comércio eletrônico, e hoje são negociadas a patamares maiores do que o registrado em fevereiro.

Desde o nível mais baixo atingido em 23 de março deste ano, a 63.569,62 pontos, o Ibovespa, principal índice acionário do País, já subiu quase 60% e fechou a última terça-feira (4) a 101.215,87 pontos. No acumulado do ano, a bolsa brasileira acumula uma baixa de 14,66%.

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O presidente da B3 salientou que fatores como a queda da taxa básica de juros da economia (Selic) para mínimas históricas no Brasil, atualmente em 2,25%, tem conduzido muitos investidores nacionais a procurar ativos de maior risco em busca de maiores retornos.

Finkelsztain também lembrou que algumas das empresas que pretendiam abrir capital na B3 antes da crise e haviam suspendido o processo em razão das incertezas geradas pela pandemia, estão retomando os planos — são os casos de Ambipar, Lojas Quero-Quero e Grupo Soma. “Praticamente todas retomaram seus processos de listagem. E o mercado tem absorvido bastante bem”, afirmou o executivo.

Todavia, o CEO da B3 revelou ser cético quanto à manutenção desse ritmo de recuperação da bolsa após um arrefecimento da crise quando surgir uma vacina para o coronavírus. “Quando a vacina sair, as coisas vão voltar a uma certa normalidade”, disse. “Alguns setores vão se destacar, como aqueles ligados à tecnologia.”

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Jader Lazarini

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