Ouro supera máxima histórica de US$ 2 mil com busca por segurança
O ouro encerrou as negociações desta terça-feira (4) superando a máxima histórica de US$ 2 mil (cerca de R$ 10,568 mil) por onça troy, após a Casa Branca e alguns parlamentares sinalizarem que estão próximos de um acordo para novos estímulos destinados ao fortalecimentos do economia dos Estados Unidos.
O ativo fechou o dia em alta de 2,09%, negociado a US$ 2018,981 por onça troy. Com isso, o ouro acumula no ano uma valorização de quase 32%, superando o avanço de qualquer índice do mundo. Para fins de comparação, a Nasdaq, que possui o melhor desempenho em 2020, acumula alta de apenas 21% no ano.
O preço do metal foi impulsionado pela perda de parte do status do dólar como reserva global. Com a desvalorização da moeda americana, o ouro passou a se tornar um investimento mais interessante e rentável para o mercado. Além disso, o impacto da crise provocada pelo novo coronavírus estimulou a valorização do ativo, que tende a subir em tempos de incerteza por ser considerado um porto seguro.
O presidente da Bridgewater, Ray Dalio, já manifestou seu interesse pelos metais preciosos ainda em janeiro deste ano, durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, quando afirmou que “dinheiro é lixo”. Para o gerente do maior fundo de hedge do mundo, havia muito dinheiro no mercado. E, agora, com a injeção de recursos pelos bancos centrais ao redor do mundo para mitigar os efeitos da pandemia, essa quantidade só cresceu.
Até onde vai o ouro?
Não há nenhum consenso entre os analistas para aponta até onde vai a alta do ouro, porém, para alguns especialistas como o presidente da U.S. Global Investors, Frank Holmes, o rali dos metais preciosos está somente no início. O executivo declarou, em entrevista à InvestNews, que existe uma “alta probabilidade” de que o ouro chegue a US$ 4 mil.
No mês passado, os investidores aportaram mais de US$ 7,4 bilhões em fundos de índices (ETFs, na sigla em inglês) lastreados em ouro, segundo dados da organização World Gold Council. Com isso, o valor se soma ao recorde de US$ bilhões investidos apenas no primeior semestre de 2020.
