Fitch reduz perspectiva para rating dos EUA para ‘negativa’
A Fitch informou nessa sexta-feira (21) que revisou e reduziu de ‘estável’ para ‘negativa’, a perspectiva para o rating dos Estados Unidos, citando “a contínua deterioração das finanças públicas dos EUA e a ausência de um plano de consolidação fiscal crível”.
Apesar disso, a agência de classificação de risco reafirmou o rating de crédito “AAA” dos País norte-americano. “os EUA têm a maior dívida soberana de qualquer país com rating ‘AAA’ ao entrar na crise”, apontou a Fitch.
O documento ainda destacou que “o rating soberano dos EUA recebe suporte das forças estruturais que incluem o tamanho da economia, a alta renda per capita e um ambiente empresarial dinâmico”.
“Os EUA se beneficiam de emitir o dólar, que é a principal moeda de reserva global, e da extraordinária flexibilidade de financiamento, que foi mais uma vez ressaltada nos desenvolvimentos desde março de 2020″, completou.
Entretanto, a Fitch salientou que “a flexibilidade financeira, auxiliada pela intervenção do Federal Reserve para restaurar liquidez aos mercados financeiros, não dissipa totalmente os riscos à sustentabilidade da dívida no médio prazo, e há um risco crescente de que os legisladores americanos não consolidarão as finanças públicas o suficiente para estabilizar a dívida pública após o choque da pandemia (de coronavírus) passar”.
Além disso, a agência prevê que a dívida geral do governo seja maior que 130% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, ao passo que espera que a economia do país caia 5,6% em 2020, mas cresça 4% em 2021.
PIB dos EUA tomba 32,9% no segundo trimestre de 2020
O PIB dos Estados Unidos caiu 32,9% no segundo trimestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Esse é o pior trimestre da economia norte-americana desde 1947. As informações foram divulgadas pelo Departamento de Comércio nesta quinta-feira (30).
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Em relação ao primeiro trimestre deste ano, a PIB norte-americano recuou 9,5%. Os gastos das famílias, que representam mais de 60% da economia, caíram 34,6% no período, a maior queda já registrada na série histórica. Todavia, o desempenho da maior economia do mundo no trimestre ficou acima do consenso de analistas, que era de uma queda de 34,5%.