Desemprego deve aumentar nos próximos meses, segundo IBGE
Técnicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informaram, com base na pesquisa que mede os impactos da pandemia de coronavírus (Covid-19) no mercado de trabalho, a PNAD Covid-19, que o desemprego no Brasil tem propensão a continuar avançando nos próximos meses, mesmo com a perspectiva de abertura econômica levando a uma melhora na economia.
O diretor adjunto de pesquisas do instituto, Cimar Azeredo, explicou que o motivo da taxa de desemprego ter tendência de crescimento é porque o número de novos empregos se resumirá nos próximos meses. “O desemprego vai aumentar à medida que abrir o distanciamento social. Isso efetivamente vai acontecer. Teria de haver uma reação muito forte na geração de empregos para evitar isso”, salientou o diretor adjunto.
Vale destacar que o total de desempregados no Brasil cresceu 16,6% em junho ante maio, alcançando 11,8 milhões de brasileiros.
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O IBGE ainda destacou que no mês passado, cerca de 17,8 milhões de brasileiros não buscaram trabalho devido a pandemia ou por falta de oportunidades na localidade em que residem. Contudo, disseram que têm vontade de trabalhar.
Brasileiros devem voltar a procurar trabalho após a pandemia
Segundo a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira, grande parte desses 17,8 milhões de brasileiros vai voltar a procurara trabalho com o fim da pandemia, mas destacou que não acredita que são todos. “muitos vão passar a alegar outros motivos para não buscar vagas. Observamos esse comportamento em outras pesquisas”, completou.
Já Azeredo declarou que se somar o número de desocupados em junho com as 26,7 milhões de pessoas que, no mesmo mês, indicaram outros motivos para não buscar emprego que não a pandemia e a localidade, mas que querem um emprego, o total chega a uma subutilização de mão de obra de 38,5 milhões de pessoas. Segundo ele, “é um número muito grande”.
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Por sua vez, o nível de ocupação no Brasil caiu pouco mais de 0,6 ponto percentual de maio para junho, chegando a 49%, atingindo uma mínima histórica do IBGE.
Em contrapartida, o total de empregados não afastados do trabalho cresceu significativamente, segundo os pesquisadores, e foi maior que o número de novos desocupados em junho.
Desemprego: taxa de desocupação sobe para 12,9% em maio
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo IBGE no final de junho, o desemprego atingia 12,7 milhões de pessoas no trimestre encerrado em maio. A taxa de desocupação era de 12,9%.
“Pela primeira vez na série histórica da pesquisa, o nível da ocupação ficou abaixo de 50%. Isso significa que menos da metade da população em idade de trabalhar está trabalhando. Isso nunca havia ocorrido na PNAD Contínua”, disse Adriana Beringuy, analista da pesquisa do Instituto.
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A taxa de desemprego no período subiu 1,2 ponto percentual em relação ao trimestre anterior. Além disso, segundo o IBGE, o percentual de pessoas ocupadas na população — com idade para trabalhar — ficou em 49,5% no trimestre encerrado em maio. O resultado equivale a uma queda de cinco pontos percentuais em comparação aos três meses encerrados em fevereiro.