Tesla pode entrar no S&P 500 após resultado do segundo trimestre

A Tesla (NASDAQ: TSLA) divulgará, após o fechamento do mercado nesta quarta-feira (22), o seu resultado do segundo trimestre deste ano, e, caso apresente lucro, pode atingir um importante marco: entrar no S&P 500.

Um dos critérios para que as companhias entrem e permaneçam no índice das 500 maiores empresas do mercado norte-americano é registrar quatro trimestres seguidos de lucro auferido. A Tesla, fundada por Elon Musk, registrou lucro nos últimos três trimestres e agora precisa de apenas mais um resultado positivo para cumprir com esse requisito.

As ações da companhia já se valorizaram mais de 300% somente em 2020, mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Empolgados com a possibilidade de mais um trimestre positivo, os investidores fizeram com que o valor de mercado da Tesla atingisse a marca de US$ 291 bilhões, o que já valem dela uma das empresas mais valiosas dos Estados Unidos.

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Caso entre no S&P 500, a Tesla seria a 13ª empresa no índice, logo abaixo do J.P. Morgan (NYSE: JPM). A lista é encabeçada pela Apple (NASDAQ: AAPL), com um valor de mercado de US$ 1,68 trilhão, seguida da Microsoft (NASDAQ: MSFT), Amazon (NASDAQ: AMZN) e Alphabet, controladora do Google (NASDAQ: GOOG).


O consenso dentre os analistas, segundo o FactSet, é que a montadora apresente um leve prejuízo no segundo trimestre. No entanto, alguns profissionais do mercado mantêm-se otimistas, sobretudo com os esforços de Musk em retomar as atividades da fábrica de Freemont, na Califórnia, mesmo enquanto o coronavírus estava em seu pico no país.

A chance de que a Tesla entre no S&P 500 de forma “não convencional” levanta debate entre os agentes do mercado. Há quem questione a contabilidade da empresa, dizendo que a recente guinada no preço das ações é injustificável — equivalente a uma bolha prestes a estourar. Por outro lado, há quem confie fortemente na tecnologia e proposta da companhia e que preveja um novo movimento de alta caso a empresa entre no índice.

John Porter, diretor de ações da Mellon Investments Corp., disse ao “The Wall Street Journal” que “é incomum ver uma ação atingir o valor de mercado que a Tesla tem sem estar no índice de referência”. O executivo assume que “normalmente, você não alcançaria um valor de mercado muito grande antes de gerar lucro“.

Os papéis das empresas que entram no S&P 500 normalmente registram um certo impulso nos pregões restantes, o que pode não durar muito. Das 10 companhias que se tornaram elegíveis a entrar no índice neste ano, metade desempenhou abaixo do mercado deste a inclusão.

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Todavia, é importante ressaltar que a apresentação do lucro não colocaria a Tesla automaticamente dentre as 500 empresas, mas sim a tornaria elegível. Um comitê de oito profissionais rebalanceiam a composição do índice a cada quatro meses, mas podem adicionar uma empresa à relação a qualquer momento, desde que ela esteja apta.

Segundo o “The Wall Street Journal”, a Tesla seria a maior empresa em valor de mercado a ingressar no S&P 500 e representaria cerca de 1% do índice. Os investidores da empresa, que viram as ações valorizarem mais de 45% neste mês, ficam na expectativa por mais um resultado positivo.

Jader Lazarini

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