Secovi indica retomada em “V” para o mercado de imóveis em São Paulo

A pesquisa do Sindicato da Habitação (Secovi-SP) divulgada nesta sexta-feira (17) prevê que os efeitos do coronavírus (covid-19) resultarão em uma retomada em “V” para o mercado de imóveis. A informação foi divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Os dados do Secovi-SP indicaram que a capital paulista registrou 1.923 vendas de imóveis novos em abril e 2.405 em maio, levando a quedas de 27,7% e 26,7%, respectivamente, em relação ao mesmo período de 2019. Segundo o presidente do órgão, Basílio Jafet, “a sensação é que ocorreu mais um adiamento do que uma desistência das compras”, já que “após a reabertura do estandes, o movimento começou a subir”.

Apesar dos dados referentes à junho ainda não terem sido divulgados, uma sondagem preliminar realizada junto aos associados indica que as vendas já chegaram a 85% do esperado para o mês. “É um resultado espetacular para este momento em que ainda há receio de sair de casa e o atendimento tem restrições de horário e fluxo”, informou Jafet à publicação.

Suno One: acesse gratuitamente eBooks, Minicursos, Artigos e Video Aulas sobre investimentos com um único cadastro. Clique para saber mais!

Gustavo Cambaúva, analista do BTG Pactual (BPAC3;BPAC5;BPAC11), explicou a situação em uma entrevista ao Estadão: “Os lançamentos e as vendas são menores do que antes da crise, claro, mas as atividades melhoraram em maio e junho. Para mim, isso foi uma grande surpresa”.

O mercado de imóveis durante a pandemia

De acordo com dados do Banco Central, uma das razões para o otimismo em relação ao mercado imobiliário é que taxa de juro média do financiamento imobiliário no Brasil está no menor patamar da história. Em janeiro de 2017, a taxa estava em 10,90% e caiu em relação ao início do ano de 2019, quando estava em 8,31%. Já em maio deste ano, a taxa alcançou 7,16% ao ano.

Além disso, o Credit Suisse acredita que outro motivo para o otimismo é o fato dos imóveis estarem relativamente baratos, já que a alta do preço não acompanhou a inflação. “A demanda deprimida, associada às taxas de juros no recorde de baixa e ao desempenho fraco dos preços de moradias, criaram um ambiente único para o setor”, indicaram os analistas Daniel Gasparete e Eduardo Costa à publicação.

Saiba mais: Ministério da Economia prevê que venda de imóveis renda R$ 30 bi

Adicionalmente, o copresidente da MRV (MRVE3), Eduardo Fischer, explicou que a pandemia teve efeitos claros no comportamento do comprador de imóveis: “O imóvel passou a ganhar mais importância na vida das pessoas, porque elas passam mais tempo em casa e querem ter um lugar agradável para ficar”.

 

Daniel Guimarães

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno