Veja as small caps que mais desvalorizaram em junho
Em junho, o Ibovespa, maior índice acionário da bolsa brasileira, fechou em alta de 8,76%. O forte desempenho vem em seguida da alta de maio, mas ainda apresenta forte retração no acumulado do ano. Na visão de alguns investidores, no entanto, algumas small caps ainda parecem sofrer os impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Em meio às incertezas da retomada econômica, de uma possível segunda onda da pandemia e atentas às tensões políticas, as small caps, nesse momento, podem mostrar-se mais arriscadas para os investidores, uma vez que possuem menor liquidez.
O SMAL11, ETF que replica a carteira teórica de small caps do mercado, subiu 13,89% em junho. Baseando-se no índice, de acordo com seus critérios metodológicos, confira quais foram as quatro ações que pior desempenharam desde o primeiro dia do mês, reforçando que esta matéria não é uma recomendação de investimento.
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Burger King
Fundado em 1954, na Florida, nos Estados Unidos, atualmente o Burger King (BKBR3) possui 15 mil lojas em todo o mundo, atendendo mais de 11 milhões de clientes em 100 países.
A rede de hambúrgueres chegou ao Brasil em junho de 2011 como uma joint-venture entre um fundo de investimento gerido pela Vinci Capital Gestora e uma subsidiária da Burger King Corporation. A abertura de capital na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) foi realizada em dezembro de 2017, no segmento Novo Mercado da B3, nível mais alto de governança corporativa.
Segundo o especialista em renda variável da SUNO Research, Evandro Medeiros, “com muitas lojas localizadas em shoppings, a companhia tem sentido os efeitos da pandemia. No entanto, o modelo drive thru, que agora representa 85% do volume e no delivery compensaram parcialmente o resultado. O aplicativo da marca atingiu 23 milhões de downloads e ticket médio teve elevação de 30%”.
“Ainda que muitos restaurantes estejam fechados, algumas lojas apresentaram desempenho de vendas melhor do que abril e maio de 2019”, salientou Medeiros.
Em junho, os papéis do Burger King caíram 5,92%, terminando o mês sendo cotados a R$ 11,44. Nos últimos 12 meses, no entanto, as ações da companhia ainda apresentam uma desvalorização de 48,32%.
SLC Agrícola
A SLC Agrícola (SLCE3), criada em 1977 pelo Grupo SLC, é uma das maiores produtoras mundiais de grãos e fibras, focada na produção de algodão, soja e milho.
O modelo de negócio é baseado em um sistema de “produção moderno, com alta escala, padronização das unidades de produção, tecnologia de ponta, controle rigoroso dos custos e responsabilidade socioambiental”, informa a companhia.
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“A SLC passou incólume pela pandemia do Covid-19 até o momento, ela opera num setor essencial e tem receitas em dólar. O preço do milho e da soja se mantiveram num patamar relativamente estável em dólares, embora o algodão tenha se depreciado consideravelmente em abril”, disse Medeiros.
“A alavancagem, dada pela relação entre dívida líquida/Ebitda, está em 1,9 vezes e a parcela dolarizada dos passivos está protegida por swap”, ressalta o especialista, fazendo alusão à proteção da empresa quanto às variações do dólar.
A agrícola encerrou o mês passado com uma baixa de 5,23%, com suas ações sendo negociadas a R$ 23,60. Os papéis da empresa, que ainda não retomaram o patamar do período pré-crise, desvalorizaram 1,93% nos últimos 12 meses.
Marfrig
A Marfrig Global Foods (MRFG3) é uma multinacional brasileira que opera no setor alimentício. É a segunda maior produtora de carne bovina do mundo. A empresa detém escritórios na América do Sul, América do Norte e Ásia. Em sua operação, a companhia detém 36 unidades de processamento, sendo 24 unitárias, além de 10 centros de distribuição.
Em novembro de 2018, a empresa concluiu a venda da Keystone Foods, em linha com o seu objetivo de reduzir sua alavancagem financeira. Com isso, segundo a companhia, a empresa tornou-se mais simples, focada e com estrutura de capital adequada ao setor.
“No primeiro trimestre, a operação nos Estados Unidos apresentou bom desempenho, com crescimento de 1,8 p.p na margem bruta, e 33% do Ebitda. A operação sul-americana também teve boa performance, com uma elevação de 26,1% na receita líquida frente ao mesmo período de 2019”, salientou Medeiros.
O especialista, no entando, ressalta que “apesar de ter receitas em dólar, a maior parte dos passivos também está atrelada à moeda, isso causou um impacto cambial de R$ 4,2 bilhões na dívida. A alavancagem continua alta, com um dívida líquida de 3,56 vezes em reais e 2,84 vezes em dólares”.
Os papéis da Marfrig encerraram o mês passado sendo negociadas a R$ 12,33. Nos últimos 12 meses, as ações da companhia apresentaram uma expressiva valorização de 84,03%.
Alupar
A Alupar (ALUP11) é uma holding privada criada em 2007. A empresa atua nos segmentos de transmissão e geração de energia elétrica, no Brasil, Colômbia e Peru.
O objetivo da empresa é implementar e operar projetos de infraestrutura relacionados ao setor de energia no Brasil e em países selecionados da América Latina que apresentam estabilidade econômica, institucional e regulatória. Em 2020, dos 40 ativos controlados pela Alupar, 30 deles se encontram em operação comercial, sendo 22 de transmissão, 7 de geração hidráulica e 1 complexo de geração eólica.
O especialista da SUNO Research ressaltou, para a Alupar, que “enquanto observamos uma elevação de 6,2% na receita líquida, também houve um crescimento de 63,95% dos custos dos serviços por conta de maiores investimentos em infraestrutura no segmento de transmissão”.
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“O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) regulatório cresceu 29,6%, encerrando o trimestre em R$ 371,2 milhões, muito em virtude de novas linhas de transmissão entrando em operação. A sua estrutura de capital permanece sólida e o cronograma de amortização é bastante confortável”, disse.
A Alupar encerrou encerrou junho com uma queda de 3,62% em suas units, sendo a quarta empresa dentre as small caps que pior desempenharam no mês. O valor de mercado da empresa, dessa forma, atingiu R$ 7,15 bilhões. Os papéis estavam cotados a R$ 23,97.