Dólar: Mesmo com alta da moeda, brasileiros investem em ativos no exterior

Mesmo com a alta do dólar e, por consequência, a desvalorização do valor da moeda brasileira em 2020, o investidor brasileiro tem diversificado cada vez mais a sua carteira com ativos de fora do País. Essa movimentação, há pouco tempo atrás, era algo considerado coisa de grandes investidores. Entretanto, o número de investidores neste segmento tem crescido. A Avenue Securities, por exemplo, corretora criada para facilitar o investimento direto do brasileiro na Bolsa dos EUA, conta com mais de 100 mil contas abertas atualmente.

De acordo com dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), o número de cotistas de fundos com classificação de “investimento no exterior ” ainda é um pouco baixo. Em março, eram 10 mil a mais do que no início do ano passado, totalizando 88 mil. As informações são do jornal “O Estado de S. Paulo” e foram publicadas neste domingo (28).

Em dezembro do ano passado, muitos investidores brasileiros fizeram, pela primeira vez, uma aplicação no exterior. Isso porque a XP Investimentos realizou uma oferta inicial de ações na bolsa norte-americana: Nasdaq.

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A corretora Avenue Securities, no último mês do ano passado, registrou a abertura de 11 mil contas, que havia sido o maior número em um só mês desde seu início. Em maio deste ano, porém, mesmo com as incertezas da pandemia de coronavírus (Covid-19), a empresa obteve um novo recorde: 24 mil novos clientes no mês.

Mesmo com dólar ‘alto’, queda da Selic influencia investimentos fora do País

A queda contínua da taxa básica de juros (Selic), a níveis nunca vistos no Brasil, também tem mudado o estilo de investimento do brasileiro. Isso porque investimentos simples com mais retorno estão cada vez mais difíceis. Muitas pessoas que estavam acostumadas a investir em renda fixa estão revisando seus portfólios.
William Alves, estrategista-chefe da Avenue, afirmou ao jornal que os investimentos no exterior sempre fizeram parte dos portfólios de grandes investidores nacionais, mas era algo inacessível ao varejo. O grupo de investidores não qualificados, entretanto, está crescendo bastante no Brasil em tempos de juros baixos. Ou seja, mesmo com o dólar alto, os cortes na taxa de juros básica tem incentivado o investidor brasileiro a entrar no mercados estrangeiros. “Agora, o que mudou, foi a pessoa física querendo também ter acesso ao exterior diante da queda de juros”, disse Alves ao “O Estado de S. Paulo”.
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Juliano Passaro

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