Fed limita dividendos e proíbe recompra de ações para grandes bancos

Nesta quinta-feira (25) o Federal Reserve (Fed) limitou o pagamento de dividendos e proibiu a recompra de ações para grandes bancos estadunidenses.

A medida foi divulgada após uma análise realizada pela autoridade monetária mostrar que o coronavírus (Covid-19) poderia desencadear perdas de até US$ 700 bilhões (cerca de R$ 3,75 trilhões) com empréstimos e levar algumas instituições a alcançarem seus valores mínimos de capital.

Ao anunciar os resultados de um teste de estresse sobre as principais instituições financeiras norte-americanas, o Fed informou que 33 bancos submetidos aos três exercícios seriam impedidos de recomprar suas ações até pelo menos o quarto trimestre deste ano.

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Os oito maiores bancos já haviam suspendido voluntariamente as recompras, que representam cerca de 70% das distribuições de acionistas dos bancos americanos, até julho. Jamie Dimon, executivo-chefe do JPMorgan Chase (NYSE: JPM), disse recentemente que as recompras provavelmente não serão retomadas até que o destino da economia esteja mais claro.

O banco central dos EUA não chegou a proibir os dividendos, diferente da ação dos reguladores europeus durante a crise. Em vez disso, o Fed disse que os dividendos do terceiro trimestre dos 33 bancos não poderiam ser maiores que os do ano passado e deveriam ser menores aos ganhos dos últimos quatro trimestres de um banco de “porte médio”.

Além disso, o Fed adiou as decisões sobre dividendos futuros até que as consequências da pandemia se tornassem mais claras, gerando ainda mais incertezas para os investidores.

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Segundo Randall Quarles, o vice-presidente do Fed, a decisão final sobre esses planos dependerá de “análises adicionais de estresse no final do ano”. Quarles acrescentou: “Se as circunstâncias o justificarem, não hesitaremos em tomar medidas políticas adicionais para apoiar a economia e o sistema bancário dos EUA”.

Os resultados do teste de estresse do Fed

A análise do Fed sobre o potencial impacto da pandemia mostrou que, no cenário mais extremo (uma recessão em forma de “W”, com o PIB caindo 12,4% e o desemprego chegando a 16%), 34 bancos sofreriam US$ 700 bilhões em perdas com empréstimos.

No cenário pandêmico, as taxas de capital agregado dos bancos cairiam de 12% no final de 2019 para 7,7%, assumindo que nenhum dividendo foi pago em 2020. O pagamento de dividendos durante os dois primeiros trimestres teriam eliminado outros 0,5% dos índices de capital.

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O Fed enfatizou que os cenários não eram previsões e a análise não levou em conta “os efeitos do apoio governamental sem precedentes”, as melhorias nas condições do mercado desde abril, o encolhimento nos balanços patrimoniais dos bancos e a taxa de desemprego ter sido menor que o esperado.

Daniel Guimarães

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