Hertz, após desistir oferta de ações, procura empréstimo de até US$ 1 bi
A Hertz (NYSE: HTZ), em recuperação judicial desde maio, está à procura de um empréstimo de até US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,38 bilhões) para financiar suas operações, após ter desistido de uma oferta de ações.
A companhia cancelou, na última quarta-feira (17), a oferta de ações até que a Securities and Exchange Commission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais norte-americano, revise a situação da empresa. A Hertz contava com o apetite especulativo sobre seus papéis para captar cerca de US$ 500 milhões.
No pedido da oferta de ações, os advogados da empresa disseram que “os preços recentes de mercado e os volumes de negociação das ações ordinárias da Hertz potencialmente apresentam uma oportunidade única” para a companhia levantar capital em termos mais favoráveis do que os empréstimos comuns para empresas em falência.
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Quando apresentou seu pedido de recuperação judicial, em 22 de maio, a Hertz viu seus papéis caírem a US$ 0,22. No início da última semana, no entanto, as ações chegaram a serem negociadas a US$ 5,53, uma alta sem precedentes de mais de 2.400% em poucas semanas para uma empresa lutando contra a falência.
O presidente da SEC, Jay Clayton, havia dito na rede norte-americana “CNBC” que os reguladores esperavam que a Hertz respondesse perguntas adicionais antes de começar a vender ações.
Dessa forma, a Hertz está discutindo com um grupo de financiadores, incluindo fundos de investimento, para fornecer um pacote de financiamento, segundo o jornal estadunidense “The Wall Street Journal”. Esse empréstimo de falência poderia chegar a US$ 1 bilhão.
Normalmente, o empréstimo a empresas em recuperação judicial é visto como um negócio seguro e lucrativo para as instituições financeiras, com altas taxas e taxas de juros com risco mínimo. Para a Hertz, a venda de ações representaria um menor custo de captação de capital.
Recuperação judicial da Hertz
O pedido de recuperação da Hertz abrange as operações nos Estados Unidos e no Canadá. A dívida da empresa já chega a US$ 19 bilhões (cerca de R$ 95,57 bilhões).
Em nota, a companhia indicou que “o impacto da Covid-19 na demanda de viagens foi repentino e dramático, levando a uma queda acentuada na receita da empresa e reservas futuras”.
“A reorganização financeira fornecerá à Hertz o caminho para uma estrutura financeira mais robusta que posicione melhor a empresa para o futuro, enquanto navega no que poderia ser uma jornada prolongada e uma recuperação econômica global”, disse a empresa.
Saiba mais: Hertz interrompe plano de venda de ações até revisão da SEC
Além disso, vale destacar que a Europa, Austrália e Nova Zelândia, principais regiões fora das Américas onde a companhia opera, não estão inclusas no pedido de proteção à falência, assim como suas franquias.
No final do ano passado, a Hertz contava com 38 mil funcionários. Entretanto, em meados de abril demitiu cerca de 10 mil funcionários na América do Norte. O número representou um corte de 26,3% de sua força de trabalho global.