Dólar abre a semana em forte alta, negociado a R$ 5,15
O dólar abriu em forte alta nesta segunda-feira (15), refletindo o temor global por uma segunda onda de infecções pelo coronavírus, o que impactaria na reabertura das economias em todo o mundo.
Por volta das 9h20, o dólar operava em alta de 2,24%, sendo negociado a R$ 5,1584 na venda. O mercado segue atento à atividade econômica brasileira. Segundo o Boletim Focus desta segunda-feira, a inflação será de 1,60% e o PIB cairá 6,51% ao final de 2020.
Além disso, segue no radar dos investidores as alterações na elite política do governo brasileiro. O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, sairá do cargo nas próximas semanas.
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Dólar sobe com temor por segunda onda
Os investidores iniciaram a semana mostram-se temerosos segunda onda de infecções do novo coronavírus (Covid-19) nos Estados Unidos e no continente asiático.
Alguns estados norte-americanos, como Arizona, Arkansas e Texas, registraram um aumento no número de casos da pandemia na última semana. Os casos confirmados em todo o país ultrapassaram 2 milhões após o surto em algumas regiões.
O último caso da doença em Pequim havia sido confirmado cerca de 50 dias atrás, entretanto, no último sábado (13) o maior mercado da capital chinesa foi fechado quando mais de 50 pessoas testaram positivos para o vírus na região. A polícia local ainda estabeleceu um bloqueio a 11 bairros residenciais localizadas no entorno do mercado de Xinfadi.
De acordo com as autoridades da China, 45 funcionários do mercado estavam infectados com o coronavírus apesar de não apresentarem sintomas. Além disso, as autoridades disseram que cerca de 40 amostras de carnes, superfícies, latas de lixo, entre outros materiais do mercado, estavam contaminadas com o vírus.
Além disso, dados chineses divulgados nesta manhã mostraram que a atividade econômica melhorou no mês passado, mas os números das vendas no varejo ficaram abaixo das expectativas dos analistas ouvidos pelo jornal “The Wall Street Journal”.
Boletim Focus aumenta estimativa pela inflação
Os responsáveis pela elaboração do Boletim Focus voltaram a subir suas expectativas pela inflação deste ano, nesta segunda-feira (15). Após 13 semanas consecutivas de quedas, a estimativa pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi elevada para 1,60% ao final de 2020.
Na semana passada, a expectativa do Boletim Focus pela inflação era de 1,53%. Em relação ao ano que vem, os economistas ouvidos pelo BC esperam uma inflação de 3,10%. Há quatro semanas, a estimativa era de 3,30%.
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o relatório divulgado pelo Banco Central (BC) prevê uma queda de 6,51%, ante um recuo de 6,48% previsto na última semana. Essa é a 18ª consecutiva que o BC amplia a previsão de queda da economia brasileira.
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No início do ano, o Boletim Focus previa um crescimento de 2,30% da economia brasileira. O mercado, no entanto, não esperava pela magnitude dos impactos econômicos gerados pela pandemia. Para 2021, os especialistas permanecem com a estimativa de um crescimento de 3,50%.
Mansueto Almeira deixará o Tesouro
O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto de Almeida, comunicou o ministro da Economia Paulo Guedes no último domingo (14) sua decisão de deixar o governo do presidente Jair Bolsonaro nas próximas semanas.
Mansueto de Almeida trabalhou por mais de dois anos no governo federal. Ele assumiu o comando do Tesouro Nacional em abril de 2018, durante o governo do ex-presidente Michel Temer. Ele foi confirmado no cargo pelo governo Bolsonaro.
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Guedes queria nomeá-lo diretor-executivo do Conselho Fiscal da República. Um novo órgão que seria criado pela Proposta de Emenda da Constituição (PEC) do Pacto Federativo. Entretanto, a crise provocada pela pandemia atrasou a tramitação da PEC no Congresso Nacional, impedindo a criação do colegiado.
Segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal “O Globo”, Mansueto deverá cumprir a quarentena — de aproximadamente seis meses, exigência após a saída de cargos estratégicos do governo — e então partir para o setor privado.
Última cotação do dólar
Na sessão da última sexta-feira, o dólar encerrou o pregão em alta de 2,138%, negociado a R$ 5,045 na venda.