Vendas de veículos novos no Brasil devem cair 40% em 2020, diz Anfavea
Segundo a projeção da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as vendas de veículos novos no Brasil devem cair 40% neste ano.
A estimativa da Anfavea foi revelada nesta sexta-feira (5), junto à divulgação da alta de 2,23% nas vendas de veículos de maio em relação a abril. Mesmo assim, segundo a Associação, o mercado automotivo teve seu pior maio desde 1992.
“Embora junho sinalize algum retorno mais efetivo às atividades, teremos sem dúvida o pior trimestre da história do setor automotivo”, disse Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea. “Resta esperar por uma reação no segundo semestre capaz de evitar maiores danos à cadeia automotiva.”
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No início deste ano, a Associação esperava vender 3,05 milhões de veículos até o final de 2020. A previsão caiu para 1,65 milhão. “Perdemos praticamente dois meses de produção [abril e maio]. Em junho, ainda não esperamos grande recuperação. Esperamos que o terceiro trimestre melhore e o quarto melhore ainda mais”, disse Moraes.
Foram emplacados 62 mil veículos em maio, uma queda de 74,7% na comparação com o mesmo mês de 2019. De forma gradativa, os Detrans vem sendo abertos desde o início deste mês. Por isso, segundo a Anfavea, é esperada uma forte alta em junho.
No acumulado de 2020, na comparação anualizada, a queda nos emplacamentos é de 37,7%. Foram vendidos aproximadamente 400 mil unidades a menos do que o registrado durante os cinco primeiros meses de 2019.
Embora os resultados operacionais tenham sofrido os impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e tombado nos últimos dois meses, o saldo de empregos manteve-se estável. As montadoras, atualmente, empregam 125 mil pessoas.
Segundo informações da Anfavea, dois terços dos colaboradores permanecem afastados das operações, integrantes de programas de proteção ao emprego ou em férias coletivas.
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As vendas em São Paulo, maior mercado automotivo, recuaram 98% com a pandemia. As exportações também foram afetadas pelo coronavírus, e o cenário de retorno ainda é nebuloso. “Cada país tem seu estágio. Não é possível saber como as exportações vão se comportar”, afirmou o executivo.
Na comparação anualizada, as vendas de veículos no mercado internacional caíram 91%, com 3.900 unidades embarcadas. Esse é o pior resultado para o mês desde 1972 e o pior resultado acumulado desde 2002.