Embraer (EMBR3) negocia pacote de resgate de US$ 600 milhões
A Embraer (EMBR3) está negociando com bancos um pacote de auxílio no valor de US$ 600 milhões (cerca de R$ 3 bilhões). De acordo com fontes, o plano abrange apenas instrumentos de dívida, frente a isso, os credores não ficarão com participação acionária na fabricante de aeronaves. A informação foi divulgada nessa terça-feira (26) pela ‘Bloomberg’.
Em nota, a Embraer informou que os bancos “estão discutindo propostas de financiamento, principalmente uma voltada para financiamento ao capital de giro para exportações (BNDES Pré-Embarque), que não altera o atual quadro acionário da Companhia, provendo capital de giro, reforço de capital e possibilitando a melhoria do perfil de endividamento”.
Ademais, o Banco Nacional de Desenvolvimento econômico e Social (BNDES) será responsável por 50% dos empréstimos destinados ao auxílio, ao passo que um conjunto de outros bancos deverá financiar o restante.
Embora as negociações sejam privadas, duas fontes disseram à ‘Bloomberg’ que dentre os bancos que irão financiar o auxílio estão:
- Banco do Brasil;
- Banco Santander Brasil (SANB3; SANB4; SANB11);
- Banco Bradesco (BBDC3; BBDC4).
Contudo, a equipe econômica não pretende que a companhia seja controlada pelo governo novamente. Frente a isso, está organizando um empréstimo sindicalizado para apoiar a fabricante de aeronaves após o fim do acordo com a Boeing.
As fontes ainda salientaram que o prazo de discussão para a dívida será de 2 a 3 anos.
Embraer e Boeing: acordo proibia desistência em caso de crise
O acordo de joint-venture entre a Boeing e a Embraer, avaliado em US$ 4,2 bilhões (cerca de R$ 22,9 bilhões), incluía uma cláusula que proibia as partes de desistir do negócio em caso de uma pandemia ou recessão global. As informações foram divulgadas pela agência Reuters.
O setor de aviação enfrenta uma grave crise em razão da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Os analistas apontam que o contrato colocou a Boeing em uma “encruzilhada”, onde é pressionada a encontrar uma outra saída do negócio. A companhia estadunidense alega que a desistência se deu pelo não cumprimento de certas condições por parte da Embraer.
Veja também: Embraer (EMBR3): futuro depende dos acionistas, não do governo, diz Mansueto
No contrato assinado em janeiro de 2019, a Boeing e a Embraer fizeram uma lista de 10 condições que não qualificariam como tipo de eventos adversos relevantes. Isto é, esses tópicos, entre eles uma pandemia e mudanças na economia mundial, não poderiam ser utilizados como pretexto para potenciais quebras do acordo.