Ibovespa abre em forte alta; tensão geopolítica no radar
O Ibovespa abriu em forte alta nesta segunda-feira (25), seguindo a tendência do after-market da última sexta-feira, quando encerrou as negociações no azul. O mercado reflete positivamente à divulgação do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, entre o Presidente da República Jair Bolsonaro e seus ministros.
Por volta das 10h30, o Ibovespa variava positivamente 3,32%, a 84.899,69 pontos. No último domingo (24), o chanceler chinês, Wang Yi, afirmou que os Estados Unidos estão buscando travar uma Guerra Fria entre as duas maiores potências do planeta, o que acirrou a tensão entre os países.
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Ademais, os investidores estão estão de olho do desempenho da economia brasileira, que, segundo o Boletim Focus, irá recuar 5,89% neste ano.
Vídeo da reunião ministerial
Na última sexta-feira (22), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, autorizou a divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, entre Bolsonaro e seus ministros. Durante todo o dia, os investidores refletiram a expectativa pela decisão do decano e o índice encerrou em queda.
A gravação mostra a suposta inteção de Bolsonaro em interferir na Polícia Federal (PF), segundo as alegações do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro. Segundo ele, o presidente teria afirmado que trocaria o comando da superintendência da PF para barrar as investigações contra sua família.
O vídeo divulgado próximo das 17h da última sexta-feira, já após o fechamento do pregão à vista, no entanto, trouxe a percepção aos investidores de que as conversas levantadas na reunião ministerial não eram prejudiciais à imagem do mandatário, o que poderia aumentar o nível de estabilidade política.
Devido a isso, o Ibovespa futuro com vencimento em junho, que fecha somente às 18h, reverteu a queda e encerrou em alta de 1,30%, a 84.330 pontos. Nesta semana, o maior índice da bolsa brasileira abriu refletindo o mesmo otimismo.
Tensão geopolítica é elevada
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse no último domingo que os Estados Unidos estão levando as relações com o país asiático ao extremo de um conflito similar à Guerra Fria, travada entre os norte-americanos e a URSS após o término da Segunda Guerra Mundial.
“Demos conta que algumas forças políticas dos Estados Unidos estão tomando como reféns as relações sino-americanas e empurrando nossos países para uma nova Guerra Fria”, afirmou o ministro, durante entrevista coletiva à Assembleia Nacional Popular (ANP).
O chanceler chinês salientou que as principais potências mundiais só tem a perder com o confronto, uma vez que “ganham com a cooperação”. Dessa forma, Wang Yi defendeu um modo de convivência pacífica, já que as duas maiores potências econômicas mundias tem a responsabilidade de manter a harmomia mundial.
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A relação entre os países, que já estava desgastada devido a guerra comercial ainda antes da chegada do coronavírus, pioraram depois da propagação da pandemia, a doença provocada oriunda no território chinês. O presidente Donald Trump proferiu ataques ao país asiático, o acusando de criar a doença em laboratório e esconder informações.
Focus prevê recessão
Os responsáveis pela elaboração do Boletim Focus, cortaram nesta segunda-feira (25), suas previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. Para eles, a economia do Brasil cairá 5,89% neste ano.
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Essa é a 15ª semana seguida de queda da expectiva pelo indicador econômico. Na primeira divulgação deste ano, a estimativa era de um crescimento de 2,30% na economia. O mercado, todavia, não esperava pelos impactos econômicos oriundos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Para 2021, os especialistas estimam que a economia irá avançar 3,20%.
O mercado está no aguardo do resultado oficial do PIB referente ao primeiro trimestre deste ano, que será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na próxima sexta-feira (29).
Maiores altas e baixas do Ibovespa
Confira algumas das maiores altas e baixas das ações do Ibovespa por volta das 10h45.
- Cogna (COGN3): +8,37%
- YDUQS (YDUQ3): +7,97%
- Banco do Brasil (BBAS3): +7,3%
- Cielo (CIEL3): +6,74%
- CCR (CCRO3): +6,74%
Bolsas no exterior
Além do Ibovespa, confira o desempenho dos principais índices acionários no exterior.
- Londres (FTSE 100): fechada
- Frankfurt (DAX 30): +2,32%
- Paris (CAC 40): +1,57%
- Milão (FTSE/MIB): +2,51%
- Xangai (SSEC): +0,15% (fechada)
- Tóquio (Nikkei 225): +1,73% (fechada)
- Nova York (S&P 500): fechada
Última cotação
Na sessão da última sexta-feira, o Ibovespa encerrou em queda de 1,03%, a 82.173,21 pontos.