Moody’s prevê alta da inadimplência em empresas de emergentes
A Moody’s informou nesta quinta-feira (30) que projeta um aumento no nível de inadimplência de companhias de mercados emergentes enfraquecidos em 2020 e 2021.
A agência de classificação de riscos comunicou que a expectativa é resultado dos efeitos da pandemia do novo coronavírus (covid-19) que dificultam a atividade comercial. “A disseminação global do coronavírus tem levado ao fechamento de negócios e restrições às interações sociais em muitos países”, informou a Moody’s em relatório.
Dessa forma, a Moody’s espera que a taxa de inadimplência de grau especulativo de 12 meses para empresas de emergentes registra alta em 2020. Para a agência, o indicador deve subir para a faixa entre 7,8% a 11,2%, até o final de 2020, frente a mínima de 2,2% no mês de março.
Conforme dados do documento, para o ano seguinte, a Moody’s estima que a taxa avance ainda mais no mês de março, para o intervalo de 8,3% e 13,7%.
“O colapso da demanda agregada doméstica e da demanda de exportação enfraqueceu a lucratividade e a liquidez das empresas de mercados emergentes”, destacou a Moody’s.
De acordo com a agência, governos de mercados emergentes, que apresentavam baixa classificação, não estavam preparados para administrar uma grande crise de saúde pública. O documento ainda salientou que os esses países apresentavam capacidade fiscal e monetária limitadas para realizar estímulos às suas economias.
Além disso, a Moody’s projetou que os preços do petróleo devem provavelmente persistir durante 2020. Segundo a agência, isso deve adicionar pressão aos países exportadores da commodity.
Moody’s reduz perspectiva sobre setor bancário brasileiro
A Moody’s reduziu, no último dia 17 de abril, de “estável” para “negativa” sua perspectiva para o setor bancário brasileiro . A redução foi motivada pelos impactos “sem precedentes” da pandemia.
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Além disso, segundo a Moody’s os bancos assistirão a uma redução em suas capacidades operacionais nos próximos 12 a 18 meses. Através de um relatório enviado aos clientes, a vice-presidente sênior da agência, Ceres Lisboa, também informou que a queda inesperada na economia, o declínio da renda familiar, assim como o aumento do desemprego vão pressionar a qualidade de ativos dos bancos e reduzir a capacidade de pagamento dos tomadores de crédito, o que elevará a inadimplência e os custos de crédito.