Boeing: “não era saudável continuar as negociações”
O presidente da Boeing, David Calhoun, informou nessa quarta-feira (29) que algumas condições para o acordo de fusão com a Embraer (EMBR3), previstas no contrato, não foram alcançadas, mesmo com o cuidado para continuar com as negociações. A informação foi divulgada durante durante uma teleconferência sobre os resultados da companhia no primeiro trimestre do ano.
Calhoun também declarou que é desapontador, mas chegaram num ponto em que não era saudável continuar com as negociações. Desse modo a Boeing encerrou o acordo.
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Ademais, a companhia informou que fará ajustes na produção, assim como confirmou que vai resumir em 10% a força de trabalho até o final de 2020. A redução será feita através de:
- Programas de demissão voluntária;
- Antecipação de aposentadorias;
- Cortes.
Em relação aos ajustes na produção, a empresa destacou que para regular a oferta e demanda de jatos, vai reduzir a produção de alguns programas em nesse e no próximo ano.
Já referente ao modelo 737 Max, a companhia prevê que a produção retorne já no segundo trimestre de 2020. “Estamos tratando de concluir a validação do software (do 737 Max) neste momento, mas alguns processos (de aprovação) estão levando mais tempo do que prevíamos”, afirmou Calhoun.
Boeing desiste de acordo com a Embraer
A Boeing desistiu do acordo bilionário com a brasileira Embraer devido a crise da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A negociação com a fabricante norte-americana de US$ 4,2 bilhões (R$ 23,8 bilhões) consistia na fusão das duas empresas, com participação de 80% da Boeing.
Além da crise do coronavírus, a companhia norte-americana sofre pressões políticas do presidente do Donald Trump com as medidas para manter a Boeing viva em meio as dificuldades. O acordo bilionário já havia sido aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e tinha até a última sexta-feira (24) para ser ratificado.
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“A Embraer era uma fonte importante para os engenheiros para viabilizar a montagem de um novo Boeing do tamanho médio, mas não parece que esse projeto sairá do papel tão cedo”, disse o vice-presidente da consultoria de aviação norte-americana, Teal Group, Richard Aboulafia, à revista Veja.