Embraer (EMBR3) poderá negociar com outras empresas, diz Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta segunda-feira (27), que a Embraer (EMBR3) poderá negociar com outras empresas devido ao fim das negociações junto à Boieng (NYSE: BA). A negociação com a fabricante norte-americana de US$ 4,2 bilhões (R$ 23,8 bilhões) consistia na fusão das duas empresas, com participação de 80% da Boeing.
“Estamos avaliando. Tem golden share, é minha, eu assino. Se o negócio for desfeito, talvez se recomece uma nova negociação com outra empresa”, disse Bolsonaro em entrevista coletiva no Palácio da Alvorada, ao lado do ministro da economia, Paulo Guedes.
O anúncio do acordo entre as companhias, divulgado em 2017, foi desfeito na manhã do último sábado (25) pela Boeing, alegando que a Embraer não cumpriu as etapas estabelecidas em contrato para separar a sua linha de aviões regionais, com o intuito de formatar a nova empresa. As partes tinham até a meia-noite da última sexta-feira (24) para fechar o acordo em termos técnicos, o que não ocorreu.
A companhia brasileira acusou a gigante norte-americana de deslealdade e prometeu ir à Justiça. No mesmo dia, em nota, a Embraer disse que “acredita firmemente que a Boeing rescindiu indevidamente o Acordo Global da Operação (MTA, na sigla em inglês) e fabricou falsas alegações”.
Francisco Gomes Neto, presidente da Embraer, gravou um vídeo dando sua versão dos fatos, salientando que “lamenta a decisão”, mas que a companhia já superou crises anteriormente. “Vamos buscar compensação”, disse o CEO.
Além disso, a Embraer anunciou, nesta segunda-feira, um processo de arbitragem contra a estadunidense para resolver o que “considera pendências no rompimento do contrato”.
A companhia paulista acusa a Boeing de ter forçado o encerramento do contrato por estar enfrentando problemas financeiros.
Confira: Boeing desiste de acordo bilionário com a Embraer
Os norte-americanos vivem duas crises. Uma é referente à paralisação da produção do 737 MAX por problemas técnicos. Além disso, a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) piorou a situação da fabricante devido à queda na demanda do setor aéreo.
A Embraer reitera que agirá legalmente para reaver perdas financeiras ocasionadas pelo rompimento unilateral do acordo. Apenas em 2019, o processo de fusão custou R$ 485,5 milhões à empresa.