Moody’s reduz para ‘negativa’ perspectiva sobre setor bancário brasileiro
A agência de classificação de riscos Moody’s reduziu nessa sexta-feira (17), de “estável” para “negativa” sua perspectiva para o setor bancário brasileiro . A redução foi motivada pelos impactos “sem precedentes” da pandemia do novo coronavírus (covid-19).
Além disso os bancos assistirão a uma redução em suas capacidades operacionais nos próximos 12 a 18 meses, segundo a Moody’s. Através de um relatório enviado aos clientes, a vice-presidente sênior da agênia, Ceres Lisboa, também informou que a queda inesperada na economia, o declínio da renda familiar, assim como o aumento do desemprego vão pressionar a qualidade de ativos dos bancos e reduzir a capacidade de pagamento dos tomadores de crédito, o que elevará a inadimplência e os custos de crédito.
Ademais, indicou que haverá uma redução na demanda por crédito o que eleva as chances dos juros se manterem baixos durante um período maior.
Entretanto, a agência acredita que os projetos adotados pelo governo até agora, para tentar mitigar a crise, estão “refletindo a disposição das autoridades de proteger a estabilidade financeira“. Ainda acrescentou que essas medidas ajudam a manter uma boa liquidez, enquanto os fortes níveis de capital funcionam como um ‘colchão’ para que as instituições suavizem as perdas.
“A dinâmica de captação deve manter-se amplamente baseada em depósitos bancários, uma vez que a aversão a risco é crescente entre os investidores. Ao mesmo tempo, as necessidades de capital no sistema como um todo diminuirão e, em geral, permanecerão adequadas para absorver as perdas crescentes”, salientou em seu relatório.
Moody’s prevê queda de 1,6% do PIB do Brasil em 2020
Além disso, no último dia 25, a agência informou que prevê uma queda de 1,6% Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2020.
E também revisou para baixo suas projeções de crescimento para as outras economias que fazem parte do G20. Segundo o relatório divulgado pela agência, a estimativa é que o grupo registre contração de 0,5% neste ano, com alta de 3,2% em 2021.
Para a Moody’s, os impactos da pandemia do novo farão com que as economias do G20 enfrentem “um choque sem precedentes no primeiro semestre de 2020” e salientou que não é possível prever os impactos da crise do coronavírus de forma precisa.