Santander (SANB3) cria ferramenta de empréstimos para área da saúde

O Santander (SANB3) criou uma “via rápida” para análise de pedidos de empréstimos de companhias ligadas à área da saúde. A ferramenta faz parte das medidas da instituição financeira para combater a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). As informações são do jornal “Valor Econômico”.

Já foram liberados R$ 260 milhões pelo Santander, de acordo com a instituição, os quais atenderam a cerca de 19 projetos relacionados a produção de máscaras, respiradores, aquisição de testes rápidos de detecção do vírus e aquisição de medicamentos.

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Segundo Cássio Schmitt, diretor de empresas, governos e instituições da filial do banco no Brasil, o Santander recebeu “uma demanda grande de linhas de capital de giro e outros instrumentos, locais e internacionais, tanto para aquisição quanto para produção de suprimentos para o combate ao coronavírus”.

Em entrevista ao “Valor Econômico”, o executivo afirmou que o banco passou a fazer a análise de forma mais automatizada, dividindo as companhias da área de saúde em blocos, o que permite chegar à conclusão da possibilidade de liberação dos recursos mais rapidamente. “Quando enxergamos essas demandas e conseguimos apartar, em poucas horas conseguimos aprovar o crédito”, disse.

“Nos casos das empresas de saúde, temos tentado fazer a análise de forma apartada das demais, para dar uma velocidade maior, porque o dinheiro é necessário agora para produção e compra já amanhã”, afirmou Schmitt.

As demais empresas que solicitam crédito seguem o processo normal da instituição, sem que o novo modelo tenha impactado as análises.

Santander enxerga dificuldade de pagamentos no período de crise

Na área de clientes de varejo da instituição espanhola, com faturamento anual até R$ 300 milhões, Schmitt relata que já observou uma maior dificuldade no pagamento de dívidas, já que as vendas das empresas tiveram reduções de, em média, 50% em relação aos meses anteriores ao impacto do coronavírus.

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Nas situações em que há atraso nos pagamentos, o banco está realizando aditamentos de contratos para alongar o período da linha de crédito, da mesma forma como foi feito na repactuação de 60 dias acertada pelo setor bancário para quem estava com as parcelas em dia, afirmou o executivo.

“As empresas vão ter dificuldades de curto prazo de pagar vencimentos, por isso tomamos a decisão de alongar o contrato com um aditamento”, afirmou. Segundo o diretor, as pequenas e médias empresas se preocupam se as parcelas dos empréstimos serão adequadas às suas realidades.

Na última quinta-feira (9), o Sebrae divulgou, no entanto, que 60% das pequenas empresas que buscaram empréstimos tiveram a liberação negada. A pesquisa foi realizada entre os dias 3 e 7 de abril. Vale salientar que, de acordo com o Sebrae, micro e pequenas empresas geram 27% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.

O Santander também diz estar apto a financiar a folha de pagamentos desses clientes, com recursos próprios, abrangendo uma fatia maior de pequenas empresas do que no programa lançado pelo governo com subsídios do Tesouro Nacional. Segundo o ministério da Economia, haverá linhas de crédito para companhias com faturamento entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões por ano. Segundo o banco, a apresentação de garantias financeiras, como recebíveis de cartões ou imóveis, pode facilitar as negociações.

Jader Lazarini

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