Fed: manutenção de empregos é fundamental para uma rápida recuperação

O presidente do Federal Reserve (Fed) de Minneapolis, Neel Kashkari, declarou nesta quinta-feira (2) que a manutenção dos empregos é fundamental para que a economia volte a se recuperar rapidamente após a pandemia do coronavírus (covid-19).

“Uma coisa que sabemos de 2008, quando milhões e milhões e milhões de norte-americanos perderam seus empregos, é que levou mais de uma década para reorganizar o mercado de trabalho”, declarou o presidente do Fed em uma teleconferência, comentando a situação do coronavírus, “Estou realmente satisfeito por muitas ações do governo federal e dos governos estaduais terem sido focada em tentar manter os trabalhadores em seus empregos.”

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Segundo Kashkari, estamos vivendo “quase certamente” uma recessão. Isso pois as autoridades obrigaram as pessoas a permanecer de quarentena em casa, e as empresas a fechar as portas tentando reduzir a velocidade do surto de coronavírus.

Outros presidentes do Fed também salientaram o risco de recessão

O discurso de Kashkari não é o único alerta sobre um risco de uma recessão. A presidente do Fed de San Francisco, Mary Daly, declarou na última terça (31), que os EUA já estão em recessão. Segundo ela, isso ocorre pois milhões de pessoas perderam seus empregos e estão em casa devido à pandemia de coronavírus

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“O Federal Reserve está preparado para fazer o que for necessário para garantir que sejamos parte da solução de apoiar as pessoas contra o vírus, fortalecer a economia dos Estados Unidos e nos colocar na melhor posição para crescer novamente quando o vírus recuar”, afirmou Daly em entrevista ao site “Yahoo Finance”.

Daly diz que “se fizermos a coisa certa e nos protegermos e reduzirmos a disseminação do vírus, a economia estará na melhor posição para se recuperar”.

A fala da presidente da autoridade monetária estadunidense vai de encontro com o que Mario Draghi, ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE), disse em 2012. À época, a zona do euro estava em plena crise, com resgates de membros endividados sufocando a união monetária entre os países europeus.

O rendimento dos títulos públicos dos países com menor poder aquisitivo da região estava subindo, e as empresas duvidavam de que as instituições nacionais, o euro e a União Europeia (UE) poderiam evitar o colapso econômico. Em 26 de julho de 2012, Draghi disse que o “BCE está pronto para fazer o que for necessário para preservar o euro. E acredite em mim, será o suficiente”.

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Uma semana depois, as companhias europeias reagiram ao discurso de Draghi e passaram a comprar os títulos de seus países em dificuldades. O suficiente para acalmar o mercado e reduzir a alta dos títulos da zona do euro.

Compra ilimitada de títulos do tesouro

O Federal Reserve (Fed) anunciou na última segunda-feira (23) a compra ilimitada de títulos do tesouro americano. O banco central dos Estados Unidos informou que essas novas medidas são para conter os efeitos da pandemia de covid-19 na economia norte-americana.

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O Fed vai comprar US$ 375 bilhões (R$ 1,8 trilhão) em Tesouro americano (Treasuries) e US$ 250 bilhões (R$ 1,2 trilhão) em título hipotecários. O objetivo da instituição é liberar crédito para os mercados que enfrentam problemas em razão do coronavírus.

“Embora muita incerteza permaneça, ficou claro que a economia enfrentará distúrbios severos. Esforços agressivos precisam ser tomados em todo o setor público e privado para limitar as perdas de empregos e renda, e para promover uma recuperação rápida quando os distúrbios passarem”, informou o banco central na manhã desta segunda-feira.

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O Fed anunciou que vai também comprar títulos lastreados, ou seja, títulos hipotecários emitidos por entidades apoiadas pelo governo, que consistem principalmente em dívidas de prédios e apartamentos.

Carlo Cauti

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