Braskem (BRKM5) tem trimestre “para esquecer”, diz XP

A Braskem (BRKM5) divulgou seus resultados do quarto trimestre de 2024, que ficaram marcados por um desempenho muito aquém das expectativas. O EBITDA recorrente de R$ 557 milhões ficou 76% abaixo do trimestre anterior e 52% inferior ao mesmo período de 2023, frustrando as projeções do mercado, incluindo as da XP, que esperava um número 68% maior.

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O fraco desempenho da BRKM5 foi resultado de spreads petroquímicos ainda mais pressionados, impacto das tarifas de importação e da valorização do dólar, além de ajustes contábeis que afetaram os números finais. O prejuízo líquido foi de R$ 5,8 bilhões, um resultado muito pior do que a projeção da XP, que estimava perdas de R$ 2,9 bilhões.

A esperada deterioração dos spreads no setor petroquímico pesou significativamente sobre os resultados da Braskem. As principais quedas foram observadas em:

  • Resinas no Brasil: -12% em relação ao 3T24
  • Químicos principais: -24% no trimestre
  • Polietileno no México: -21% na comparação trimestral

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Além disso, o quarto trimestre costuma ser marcado por uma redução sazonal nos volumes de vendas, diz a XP, o que impactou ainda mais as margens. Porém, a magnitude da queda do EBITDA surpreendeu negativamente, indicando um cenário ainda mais difícil do que o previsto.

Outro ponto de atenção foi o aumento expressivo da dívida líquida da Braskem, que subiu US$ 338 milhões no trimestre, atingindo US$ 6,1 bilhões – um valor que representa cerca de 20% da capitalização de mercado da companhia.

Com isso, a alavancagem (dívida líquida/EBITDA dos últimos 12 meses) disparou para 7,4x, acima dos 6,1x registrados no trimestre anterior. Segundo o relatório, esse patamar acende um alerta para a capacidade da empresa em lidar com seu endividamento, especialmente em um cenário de margens comprimidas e geração de caixa fragilizada.

Diante dos números fracos e da piora na alavancagem, a Braskem segue enfrentando um ambiente desafiador, com baixa visibilidade para uma recuperação no curto prazo, diz a XP. A continuidade da pressão sobre os spreads petroquímicos e os impactos do câmbio podem dificultar uma reversão rápida do cenário, completam os analistas.

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Guilherme Serrano

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